Geovana Carvalho
De acordo com informações do indígena José Arão Lopes, guajajara da aldeia Bacurizinho, em Grajaú, professores da educação indígena estariam com problemas no recebimento de seus salários.
José Arão Lopes, membro da Comissão Nacional do Conselho Indigenista, procurou o jornal O PROGRESSO para reclamar da atual situação da educação indígena no Maranhão.
De acordo com José Arão, em todo o estado são 982 professores trabalhando na educação para índios (cerca de 12 mil alunos) e grande parte deste quadro é composto por professores indígenas. Segundo ele, professores que tiveram seus contratos renovados em julho deste ano estariam com salários atrasados desde a renovação. Arão explica que desde o início do novo contrato foram pagos valores referentes a apenas 45 dias de trabalho.
Arão Lopes afirma que na região de Grajaú vários professores da educação indígena ameaçam paralisar as atividades por conta do atraso, situação que ocorre em todo o estado. Ainda de acordo com o indígena, já existem escolas em que professores pararam de trabalhar.
Além disso, José Arão – que também é vereador em Grajaú – denuncia outros problemas que afetam as escolas indígenas. “Não existe supervisão escolar, não há acompanhamento do professor... a merenda [também tem problemas] em parte foi regularizada. Há descaso do estado com a educação”.
A coordenadora da Educação Indígena da Regional de Imperatriz, Gildete Dutra, informou que, em relação aos professores ligados a esta regional, todas as reivindicações estão sendo enviadas a São Luís. Segundo a coordenadora, até o dia 10 de novembro há previsão para que a situação seja regularizada. Na Regional de Imperatriz – composta por Amarante, Arame, Montes Altos, Lajeado Novo e Sítio Novo – são 29 professores com atraso no recebimento de seus salários. Gildete Dutra afirma que no último dia 14 eles receberam também o valor referente a 45 dias de trabalho e garante que até agora não há notícias de paralisação nesta região.
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