O psicólogo do Ministério da Saúde, Erasmo Ruiz, ministrou o seminário

São Luís - Refletir e compreender a morte como parte imprescindível da vida e sua inclusão nos cuidados prestados pelos profissionais de saúde foram assuntos discutidos nessa terça-feira (8) durante o Seminário de Terminalidade, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e ministrado pelo psicólogo e tanatologista do Ministério da Saúde (MS), Erasmo Ruiz. O evento aconteceu no Hotel Holliday Inn e contou com a presença de 90 profissionais da rede estadual de saúde – entre médicos, enfermeiros e auxiliares, assistentes sociais e psicólogos.
A gestora da Rede de Ações e Serviços de Saúde da SES, Socorro Bispo, explicou que o seminário faz parte do processo de humanização implantado pelo secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, e tem como objetivo preparar os profissionais, especialmente os que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), para lidar com a morte no leito hospitalar. “Os profissionais de saúde precisam estar preparados para compreender que, em alguns casos, a morte é inevitável e neste momento é importante dar atenção tanto ao doente e quanto a seus familiares”, disse.
Consultor do MS, psicólogo com formação em Tanatologia, Erasmo Ruiz disse que pensar a própria morte significa refletir sobre a vida, não como um conjunto de sinais vitais que se deve monitorar. “É preciso ponderar a morte como um complemento da vida”, acrescentou.
Ele explicou que os profissionais de saúde precisam estar preparados para viver a experiência de lidar com a morte. “Somos formados para ser terapeutas e quando não é possível curar, precisamos estar também capacitados para receber os usuários, acolher as famílias e suas necessidades. Mesmo quando não é mais possível curar, ainda é possível fazer muita coisa para que este momento seja transcorrido com dignidade”, acrescentou.
Salomé Melo Viana, coordenadora estadual de Humanização da SES e psicóloga do Hospital Estadual de Alta Complexidade Carlos Macieira, disse que a capacitação sobre vida e morte é extremamente importante para os profissionais de saúde estarem sempre preparados para atender e salvar vidas. “É necessário entender que a vida não é eterna e que precisamos enfrentar o momento da partida como uma consequência natural, tanto dos pacientes como das nossas perdas familiares”. (Concita Torres)