A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Superintendência de Atenção Primária em Saúde e em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (HEMOMAR), realizou nessa sexta-feira (10) um seminário sobre doenças hematológicas. Das discussões com foco na anemia falciforme participaram técnicos da secretaria, equipes da estratégia de saúde da família (médicos, enfermeiros, odontólogos e fisioterapeutas) de São Luís e outros municípios do interior do estado.
O Seminário Estadual de Doenças Hematológicas reuniu profissionais de saúde da capital e dos municípios de São José de Ribamar, Paço do Luminar, Zé Doca, Apicum-açu, Axixá, São Bento, Nina Rodrigues, Viana e Alcântara, estas duas últimas com especial atenção devido à presença de áreas quilombolas.
“O seminário parte de um programa federal denominado “Brasil Quilombola” (PBQ) que reúne ações do Governo Federal para as comunidades remanescentes de quilombos com maior predisposição e prevalência para a doença que se estende a outras populações”, explica a coordenadora do evento Delcy da Cruz Maia. Ela enfatiza que o objetivo é dar mais visibilidade à questão da anemia falciforme no Maranhão, incrementar a formação dos profissionais que dão assistência a esses pacientes, e despertar para a importância de condutas que valorizem o diagnóstico precoce e desmistifiquem a doença.
“Entre as atitudes que queremos incentivar junto aos profissionais está a questão de solicitar o teste do pezinho no recém-nascido de modo a diagnosticar a doença com este exame que é realizado gratuitamente pelo SUS, tanto nas unidades básicas quanto pelas maternidades”, diz ela.
Anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, e com membranas menos fortalecidas que se rompem mais facilmente causando estágio de anemia no paciente. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo.
Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra, no entanto devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda. A doença pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo com a presença de sintomas leves ou outros sinais de complicação. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança.
Entre os sintomas mais notados está a icterícia (cor amarela nos olhos e pele), além de crises de dores frequentes nos ossos e nas articulações podendo atingir qualquer outra parte do corpo, e ulcerações (feridas) nas pernas próximo aos tornozelos. Como maiores complicações, a doença pode facilitar infecções oportunistas, a exemplo da pneumonia e meningite, além do inchaço do baço que eleva o risco de vida e exige tratamento emergencial. (Walber Oliveira)
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