Nesta terça-feira (29), a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa no estado completa 15 dias de mobilização dos criadores de bovinos e bubalinos. Até 14 de dezembro, o Governo do Estado espera contabilizar uma cobertura vacinal superior a 96,59%, registrada na primeira etapa da campanha, realizada nos meses de maio e junho.
Responsáveis pela coordenação da campanha e mobilização dos criadores maranhenses, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima) e seu órgão vinculado, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Maranhão (Aged), têm realizado uma série de eventos no interior do estado, sobretudo em municípios com maior número de rebanhos e com registros de menores índices de vacinação na primeira etapa da campanha.
No fim de semana, as instituições realizaram um Dia de Campo no município de Vitória do Mearim, para mobilizar os criadores da Região da Baixada Maranhense. “A Baixada Maranhense é uma região que sempre nos preocupa durante a campanha por ser uma área que sofre com alagamentos, o que dificulta sobremaneira o trabalho de vacinação do rebanho”, explica o diretor geral da Aged, Fernando Lima.
O evento de mobilização foi na Fazenda Ingaí, de propriedade do criador de bovinos e bubalinos, Raimundo Nonato Correa, com programação teórica - com palestras sobre a importância da vacinação e os impactos econômicos que a febre aftosa causa; e atividades práticas como demonstração de vacinação dos animais, a forma correta de armazenar, vacinar e de higienizar a pistola, orientadas pela veterinária do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Elisangela Coutinho Machado.

Campanha
De acordo com a chefe da Unidade Veterinária Local (UVL), da Regional da Aged em Arari, Jucielly Campos de Oliveira, os criadores têm procurado com bastante frequência os escritórios da Aged na região para a comprovação da vacinação dos seus rebanhos. Em Vitória do Mearim, as três casas credenciadas para comercialização das vacinas contabilizam um bom número de vendas. “Durante a campanha, os ficais da Aged visitam diariamente as casas de vendas de vacinas, verificando a temperatura de acondicionamento e conservação das vacinas que devem estar entre 2 e 8 graus centígrados. Verificam, também, o estoque para que não faltem vacinas para os produtores”, explicou Jucielly Oliveira.
As casas de vendas de vacinas, aliás, são um termômetro de como está evoluindo a campanha nos municípios. Em Vitória do Mearim, até o dia 24, já haviam sido vendidas 8.660 doses de vacinas, 44% do estoque total do comércio da região, calculado em 19.660 doses.

Parciais

A partir desta terça-feira (29), a Aged deve divulgar os resultados parciais de vacinação e comprovação, na primeira quinzena da campanha. De acordo com Jucielly Oliveira, até a quinta-feira (24), 2.476 cabeças de bovinos e bubalinos haviam sido comprovadas no escritório local da Aged. O número corresponde a 8,50% do total do rebanho contabilizado no município, que é de 29.138 cabeças.
Em Arari, onde os estoques de algumas lojas que comercializam as doses de vacinas estão zerados, aguardando renovação, foram comprovadas, até a quarta-feira (23), as vacinações de apenas 683 animais - 1,48% do rebanho local. O município tem o maior rebanho da região, com 46.299 cabeças de bovinos e bubalinos, e já foram vendidas quase sete mil doses da vacina na cidade.
“Os números parecem desanimadores se considerarmos apenas o índice de comprovação, mas se compararmos com os números de doses de vacinas já vendidas avaliamos que a campanha segue em ritmo normal na região. Tradicionalmente, os criadores maranhenses costumam comprar as vacinas e comprovar as vacinações na segunda quinzena de campanha, sobretudo porque sabem que, mesmo após o término do período de vacinação - que se encerra no dia 14 de dezembro - terão mais 15 dias para comprovar que vacinaram seus rebanhos em um dos escritórios da Aged. Ou seja, mesmo quem vacinar o rebanho apenas no último dia de campanha, terá até 30 de dezembro para prestar contas com a Aged”, ressaltou Fernando Lima.

Inadimplentes

Mesmo assim, destacou o diretor, a Aged realizará, até o final da campanha, uma série de ações de mobilização dos criadores para garantir a vacinação e a comprovação junto aos seus escritórios. Ele lembrou que, sem a comprovação da vacinação durante a campanha, os animais serão impedidos de transitarem no estado, porque o criador inadimplente não conseguirá emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento exigido, também, para autorização de abates em matadouros municipais.