A Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa que iria acontecer em todo o Maranhão no período de 1º a 31 de maio será realizada de 1º a 30 de junho. A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima) e a Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) seguirão determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (Mapa), que alterou o período de realização da campanha não só no Maranhão, mas também nos Estados de Alagoas, Ceará, Pará, Pernambuco e Piauí.
O secretário da Sagrima, Cláudio Azevedo, explicou que a alteração no período de vacinação se deve à realização do inquérito epidemiológico do rebanho. “No mês de maio os técnicos dos serviços veterinários oficiais, terão que visitar, antecipadamente, todas as propriedades que terão recolhimento de amostras”, explicou.
A sorologia tem como objetivo constatar a inexistência do vírus da aftosa e faz parte das ações do Projeto de Ampliação da Zona Livre de Febre Aftosa, desenvolvido pelo Mapa, em parceria com os governos estaduais.
No Maranhão serão sorteadas inicialmente cerca de 340 propriedades em 147 municípios, onde parte do rebanho será selecionado para a coleta de sangue e análise laboratorial. Após o término do envio de todo o material coletado para laboratórios credenciados pelo Mapa, estima-se que o Ministério realizará a análise sorológica em um período de 60 dias, que coincidirá com o prazo final para a conclusão dos relatórios de auditoria realizada nos estados candidatos à zona livre.
As primeiras atividades serão a organização das equipes e treinamento dos técnicos que participarão dos trabalhos nos estados, ainda neste mês. O cronograma segue com ações - como visita prévia às propriedades, coleta de amostras, inspeções clínicas e testes laboratoriais e até outubro, quando serão analisados os resultados e avaliado, com outros dados dos serviços veterinários estaduais, o bloco poderá ser reconhecido como livre de aftosa com vacinação.
As ações de erradicação da febre aftosa foram discutidas em reunião realizada na semana passada, no auditório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Brasília, com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), representantes dos serviços veterinários estaduais e das Superintendências Federais de Agricultura (SFAs) dos seis estados que participarão inicialmente da avaliação que poderá ampliar a área livre de febre aftosa no Brasil.
O diretor geral da Aged, Fernando Lima, ressaltou que é fundamental a participação do criador maranhense durante todo o processo da sorologia. “Pedimos aos criadores que forneçam as informações corretas, não vendam e não movimentem seus animais durante a realização da sorologia. É importante frisar que não serão coletadas amostras de sangue de animais destinados ao abate, que geralmente possuem 36 meses de vida. Serão coletadas as amostras de animais com idade entre seis e 24 meses”, explicou Fernando Lima.
Na última campanha de vacinação contra a febre aftosa realizada no Maranhão (14 de novembro a 14 de dezembro), foi registrado um recorde no índice de cobertura vacinal, quando foram vacinados 97% do rebanho maranhense.
Busca da zona livre
O Maranhão iniciou oficialmente sua busca pela conquista do novo status sanitário de zona livre de febre aftosa com vacinação em fevereiro de 2011, durante reunião promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na cidade de Maceió (AL), com a presença de secretários de agricultura dos estados do Nordeste.
Nesta reunião, os estados que formam o Circuito Pecuário do Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas) firmaram um pacto para erradicação da febre aftosa e elevação em conjunto dos estados para a classificação sanitária de zona livre de aftosa no ano de 2012. Depois o Estado do Pará se juntou ao grupo para conquistar a zona livre para a sua área leste, atualmente também classificada como médio risco da doença.
A partir do pacto entre os estados e o Mapa, foi determinada uma série de metas e atividades a serem cumpridas durante o ano de 2011 pelos governos estaduais, através de sua agências agropecuárias. No início do segundo semestre de 2011, o Mapa divulgou o resultado das auditorias realizadas nos estados candidatos e anunciou que o Maranhão foi o estado com melhor desempenho: cumpriu 89% das exigências acordadas.
Em 2012, o cronograma para a conquista da zona livre de febre aftosa foi iniciado em fevereiro, quando técnicos do Mapa realizaram uma nova auditoria nos estados avaliados, para checar o cumprimento dos itens apontados na primeira avaliação.
Nesta nova auditoria, o Maranhão se destacou mais uma vez e foi o único estado a alcançar 100% de satisfação nos 27 itens avaliados pelo Mapa. “Nós constatamos que o estado manteve o nível de qualidade dos serviços veterinários e é extremamente importante que, com toda a experiência que possui, o Maranhão colabore e contribua com outros estados”, disse o diretor de Sanidade Animal do Mapa, Guilherme Marques.
Também fez parte das ações que culminarão na classificação de zona livre de febre aftosa a assinatura de um convênio entre o Governo do Maranhão e o Mapa, assinado no ano passado, que possibilitou a aquisição de 47 camionetes, 45 veículos de menor porte, além de 78 motos, equipamentos de informática, mobiliários e equipamentos de GPS para a reestruturação dos escritórios da Aged em todo o estado.
Cláudio Azevedo ressaltou que a classificação de zona livre de febre aftosa no Maranhão é uma prioridade da governadora Roseana Sarney. “Estamos atendendo todas as exigências do Mapa”, afirmou. “Outra medida adotada pelo governo do Maranhão foi a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos técnicos de Fiscalização Agropecuária da Aged, beneficiando 318 servidores da Aged, uma conquista importantíssima que resultou num dos melhores salários pagos a fiscais agropecuários no Brasil”, frisou Cláudio Azevedo. (Rita Cardoso)
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