Reunião, com a presença do secretário Ricardo Murad, na qual foram definidas as ações

Uma ação emergencial foi deflagrada, nessa segunda-feira (10), pela Secretaria de Estado da Saúde para combater um surto de meningite, tipo C, na região Sul do Maranhão. Ao todo, 34 casos foram confirmados nos municípios de Sambaíba (19), Loreto (7), São Raimundo das Mangabeiras (5), Balsas (2) e Feira Nova do Maranhão (1), sendo cinco o número de mortes atribuídas à doença.
“Estamos dando início à vacinação nesses municípios, seguindo as orientações do Ministério da Saúde e realizando uma operação de emergência para controlar a situação”, declarou o secretário de Saúde, Ricardo Murad, após realizar reunião com técnicos da SES para definir as ações de emergência. “Estamos deslocando toda a equipe de infectologistas do Estado, técnicos da Vigilância Epidemiológica e os agentes do Grupo Tático Aéreo de resgate aeromédico para a região”, ressaltou.
O secretário disse que um grupo de sete médicos e sete enfermeiros especialistas está sendo encaminhado à região para atuar com apoio logístico de uma UTI aérea. Os casos mais graves devem ser encaminhados para Imperatriz. Em cada município um grupo médico vai comandar as ações de profilaxia e promover a vacinação.
A infectologista da SES, Conceição Pedroso, explicou que o Maranhão não possui área endêmica da meningite, tudo deve ter começado com um caso importado realizando a transmissão para as pessoas mais próximas. “É necessário que haja contato muito próximo para que ocorra a transmissão da bactéria”, revelou.
Conceição Pedroso pede que a população dessa região fique atenta aos sintomas de febre alta, vômito, dor de cabeça, rigidez da nuca e o surgimento de lesões na pele, devendo procurar atendimento médico imediatamente. “É importante fazer a profilaxia, seguir as orientações médicas, mesmo as pessoas que não desenvolveram a doença, mas que tiveram contato com os infectados”, alertou.

Vacinação

A infectologista da SES, Rosângela Cipriano, disse que a mobilização da secretaria começou no mês de agosto quando o primeiro caso da doença foi registrado, mas ainda não havia indicação de vacinação em massa, confirmada somente agora pelo Ministério da Saúde. “Todas as pessoas devem se vacinar nesses municípios. No caso das crianças, a dose deve ser administrada a partir de 3 meses de idade, outra dose aos cinco meses e a dose de reforço, aos doze meses”, destacou.

Meningites bacterianas

As meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente. Os principais agentes causadores da doença são as bactérias meningococos, pneumococos e hemófilos, transmitidas pelas vias respiratórias.
Em pouco tempo, os sintomas aparecem: febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de septicemia aumenta muito. Nos bebês, a moleira fica elevada.
Se houver suspeita de meningite bacteriana, é fundamental introduzir os medicamentos adequados, antes mesmo de saírem os resultados do exame laboratorial. O risco de sequelas graves cresce à medida que se retarda o diagnóstico e o início do tratamento. As lesões neurológicas que a doença provoca nesses casos podem ser irreversíveis.