O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), ao fazer uma análise do recorte regional do parecer final do Orçamento Geral da União (OGU) de 2012, apresentado ontem, na Comissão Mista do Orçamento, contestou o volume de recursos previstos na proposta orçamentária para aplicar em diversas áreas, na região Nordeste.
“Nós temos que avaliar uma questão que nos preocupada: sempre quando se trata de investimentos é imposta ao Nordeste uma carga de sacrifício muito grande, comparado ao restante do Brasil”, reclamou o deputado.
Pela manhã, em seu Twitter, Maranhão já reclamava que apenas 10% da nova Lei Rouanet será destinada ao Nordeste e propunha a uma nova discussão do Pró-Cultura. O vice-líder do governo reafirmou o que disse no microblog e no Facebook e acentuou que não apenas na área da cultura, como na demais, a região sempre “fica em segundo plano”.
De acordo com o deputado Waldir Maranhão, o orçamento de 2012 deve destinar mais recursos para ciência, a tecnologia, mais recursos para educação, mais política de apoiamento aos empreendedores. “É você equilibrar a cultura com educação, a cultura com inovação tecnológica”, disse.
O parlamentar defende que todos os estados nordestinos, sem exceção, “tenham, no mínimo, um Parque Tecnológico Temático, porque é neste item que se pode fazer o casamento do setor empresarial e com a sociedade civil organizada e o governo. É você criar um espaço de construção do saber, de transferência de tecnologia, e dar o sentido de popularizar e fortalecer os empreendedores”.
Para Waldir Maranhão, as desigualdades regionais e sociais se acentuam cada vez mais. “Para que o País tenha um crescimento sustentado e equilibrado é preciso tratar os desiguais com sentimentos de igualdade para recompor as perdas históricas ao longo desse tempo, isso com políticas compensatórias para o País, e que devem ser uniformes”, reivindicou.
O parlamentar lembra que é no Nordeste que se agravam os problemas sociais do País, e por isso, o governo deve ter um olhar diferenciado para a região. “É no Nordeste que estão os maiores índices de miséria do Brasil, os menores índices educacionais, e onde temos a menor produção científica. Por isso deve se olhar para o Nordeste com um olhar diferenciado”, argumentou o parlamentar.
O vice-líder do governo também revelou que o Brasil tem um déficit social muito grande com a região Nordeste. “Quando falamos, por exemplo, numa política de salário mínimo para o País se faz de forma horizontal. Ora, um País com dimensão continental como é o nosso, com certeza para que possamos recuperar o déficit social que o Brasil tem para com o Nordeste, é preciso que se faça programas de grande impacto social e na sua economia, investimentos fortes na educação e na saúde, que são dois setores básicos e carentes na região, e que se dê prioridade a programas estruturantes, que promovam o desenvolvimento em todos os sentidos”.
Publicado em Política na Edição Nº 14283
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