O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), disse ontem que não vai renunciar. “Sem renúncia. Vamos ajudar a governar nosso País”, disse Maranhão aos repórteres que o esperavam na entrada do prédio.

Mais tarde, ao conceder entrevista coletiva na Câmara, o primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, deputado Beto Mansur, disse que esse assunto está superado e que a pressão para que ele renuncie “é cada vez menor”.

Entenda o caso

Na segunda-feira (9), Maranhão anulou a sessão do Plenário da Câmara que admitiu, no último dia 17, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Maranhão argumentou que os partidos não poderiam ter orientado a votação; que os deputados não poderiam ter anunciado os seus votos previamente; e que a defesa da presidente não poderia ter deixado de falar por último antes da votação do impeachment.
Maranhão explicou que o objetivo da medida era sanar vícios do processo de impeachment que, no futuro, poderiam se mostrar insanáveis. No fim da noite de segunda-feira, porém, o presidente em exercício recuou da decisão.
No dia seguinte (10), os titulares da Mesa Diretora da Câmara pediram, por unanimidade, a renúncia de Maranhão do cargo de 1º vice-presidente da Casa. A Mesa também propôs a Maranhão, como alternativa, o afastamento temporário do mandato – e, consequentemente, da 1ª vice-presidência – por 120 dias, não prorrogáveis.
Se Maranhão renunciasse, haveria novas eleições para o cargo de 1º vice-presidente da Câmara em cinco sessões. Segundo a Secretaria Geral da Mesa, o cargo cabe ao PP ou a outro partido do bloco que o PP integrava no início desta legislatura: PMDB, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN e PRTB. 
Se Maranhão se licenciasse do mandato por 120 dias, o 2º vice-presidente, deputado Giacobo (PR-PR), assumiria a Presidência interina da Câmara nesse período. (Agência Câmara)