Numa passagem rápida por Imperatriz, a presidenta Dilma Rousseff inaugurou quarta-feira, em Estreito, a oitava turbina da Usina Hidrelétrica de Estreito, que jogará no sistema 1.087 megawatts.
O ato de inauguração da Hidrelétrica, tida como mais uma grande panaceia para acabar com os problemas de falta de energia elétrica no país, foi festejado pela grande maioria dos políticos da região e pelo meio empresarial, mas mesmo reconhecendo a importância da obra, a deputada estadual Valéria Macedo (PDT) destoa dos demais e fez questão de lembrar os impactos gerados pela construção do empreendimento que, em sua opinião, foram desastrosos para o meio ambiente, principalmente para duas cidades, Estreito e Carolina.
Em entrevista ao jornal O Globo, a deputada afirmou ainda que as medidas ambientais foram paliativas: "Houve mortandade de peixes e a fauna e a flora do lago não foram removidas. Segundo Valéria, as indenizações pagas são baixas, o número de famílias atingidas é maior e o apoio aos pescadores não é o prometido pelo consórcio". Leia abaixo:
Obra começou em 2006. Setores reclamam de impacto da usina
A inauguração da hidrelétrica acontece após o apagão em áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e no Distrito Federal, no início deste mês. A hidrelétrica de Estreito começou a sair do papel em dezembro de 2006, quando o Consórcio Estreito Energia (Ceste) conseguiu a licença ambiental para iniciar a obra. Em abril do ano passado, a primeira turbina entrou em operação.
- Em 2004 houve uma mudança no sistema para não termos outro racionamento. A ideia é nunca mais termos racionamento, porque os prejuízos são muitos - disse Domingos Andreatta, diretor do Departamento de Monitoramento do Setor Elétrico do Ministério de Minas e Energia, questionado sobre o apagão do início deste mês.
Na construção da usina, segundo o Ceste, foram gerados 36 mil empregos diretos e indiretos na região. Cerca de 600 milhões foram aplicados em ações socioambientais e benefícios aos 12 municípios atingidos pela hidrelétrica. Segundo o diretor-presidente do Ceste, Carlos Castanho Júnior, cerca de 2 mil famílias de ribeirinhos foram removidas e indenizadas, outras 200 estão em processo de negociação para remanejamento e os pescadores estão sendo assistidos, numa parceria com o Ministério da Pesca, para organização da produção em cooperativas.
A deputada estadual Valéria Macedo (PDT) reconhece a importância do empreendimento para a geração de energias, mas destaca problemas para as duas cidades maranhenses atingidas pela hidrelétrica. Segundo ela, a hidrelétrica teve impacto sobre a já precária infraestrutura urbana e de transporte de Estreito e Carolina.
- É um empreendimento importante para o Brasil, mas para Estreito e Carolina foi um desastre - disse a deputada. Há muita insatisfação na área. Os aspectos sociais e ambientais ficaram muito aquém do prometido - declarou. (Assessoria)
Publicado em Política na Edição Nº 14533
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