Pela passagem do Dia Mundial do Autismo, ontem segunda-feira (02/04), a deputada estadual Valéria Macedo (PDT) ocupou o pequeno expediente da Assembleia para lembrar a data, fazendo um relato sobre o assunto que, segundo ela, “é um dos mais sérios e delicados e, infelizmente, negligenciado pelo poder público e pela sociedade em geral”.
Segundo Valéria, na semana passada, na Comissão de Saúde, o assunto foi tratado quando os deputados ouviram relatos da mãe de uma criança com autismo, moradora de São Luís.
“De modo apropriado e profundo, aquela mãe fez um histórico dos problemas vividos, dentre os quais a completa ausência de políticas nos setores da saúde e da educação que possam diagnosticar o problema de forma precoce. A maioria das escolas também não está preparada para receber crianças com autismo”, relatou Valéria, explicando aos colegas as características da doença que segundo informou ainda não há estatísticas a respeito, mas em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 02 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.
“Hoje monumentos serão iluminados de azul na data, como o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro), a Ponte Estaiada, o Viaduto do Chá, o Monumento à Bandeira, a Fiesp e a Assembleia Legislativa (em São Paulo), a torre da Unisa do Gasômetro (em Porto Alegre), o prédio do Ministério da Saúde (em Brasília) e muitos outros. Aqui no Maranhão o Tribunal de Justiça do Maranhão. “Registro com alegria que aqui no Maranhão na Assembleia Legislativa as luzes já são azuis, falta apenas aprovarmos projetos de lei em benefício das pessoas acometidas da síndrome de autismo, especialmente nas áreas da saúde e da educação. Eu própria vou apresentar projeto em estudo sobre o problema, em breve, aqui nesta Casa”, finalizou Valéria.
O que é autismo - O autismo é uma alteração cerebral, uma desordem que compromete o desenvolvimento psiconeurológico e afeta a capacidade da pessoa se comunicar, compreender e falar, afeta seu convívio social.
O autismo infantil é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta antes dos três anos de idade, e é mais comum em meninos que em meninas e não necessariamente é acompanhado de retardo mental, pois existem casos de crianças que apresentam inteligência e fala intactas.
Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente, já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.
O diagnóstico tardio traz danos irreparáveis para a vida. A criança sem tratamento não consegue se inserir na vida social. Ficará isolada, se tornará um adulto recluso e com baixa capacidade de socializar-se. E que é pior: os tratamentos mais comuns são estigmatizantes, excludentes e colocam a pessoa acometida como um doente mental, um retardado, e na maioria das vezes as pessoas com autismo são altamente inteligentes e com grande capacidade intelectual e cognitiva.
Estima-se que desde 2007 o Brasil tenha aumentado seus casos de autismo na população para 1 milhão.
Dia 02 abril é celebrado o Dia de Conscientização Mundial do Autismo e tem como objetivo esclarecer a população sobre o transtorno.
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