Hemerson Pinto
"Está cada dia ficando mais complicado. Se você não estiver realmente atento, é muito fácil bater o carro. Nos horários chamados de 'pico', a confusão é maior e falta a paciência com tanta gente que, antes de tudo, falta com respeito com outras pessoas". O comentário é do comerciante Geraldo Alves, referindo-se ao encontro da Rua João Lisboa com a marginal direita da BR-010, no Entroncamento.
Logo ao lado tem a avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, que recebe o fluxo de veículos que saem da rodovia, vindo diretamente na marginal ou do outro lado da cidade pelo viaduto. A complicação está exatamente no desrespeito à preferencial, que é primeiramente de quem sai do viaduto, depois de quem trafega na marginal direita e aí, sim, de quem sai da Rua João Lisboa. Parece fácil de resolver, mas em meio ao trânsito (quando não muito lento, violento demais) e à falta de atenção ou mesmo da vontade de colaborar, "é difícil até fazer sua parte", completa Geraldo.
Já na marginal esquerda, que passa em frente ao aeroporto, Cemar, shopping, hotéis e concessionárias, levando ao Terminal Rodoviário, a confusão no trânsito é maior em frente ao shopping, onde existe um ponto de ônibus e uma travessia para pedestres (sem sinalização), além da entrada e saída de veículos para o estabelecimento comercial. Um pouco adiante, o retorno para o setor da antiga rodoviária é conturbado com a presença de ciclistas e motociclistas que fazem a travessia de forma desordenada. No local existem semáforos, mas nem sempre são respeitados.
"Quem sai do viaduto e pega a Babaçulândia sentido Vila Lobão sabe o risco que corre. A preferência é sua, mas quem está na marginal esquerda não quer respeitar. Olha que ali tem dois redutores de velocidade, um deles é um quebra molas", alerta a estudante Andressa Paula.
Para os pedestres, o perigo maior é tentar a travessia em outro local que não seja a passarela, e ainda assim exige muita atenção. "Eu só faço a travessia pela passarela, é seguro, mas acho que ela foi mal planejada. Só permite a gente passar sobre a pista principal, ainda temos que arriscar a vida nas marginas", diz o vendedor Carlos Santos.
Na opinião do caminhoneiro Pedro Araújo, "até mesmo o perímetro urbano está comprometido com tanto carro ao mesmo tempo e sem opções de vias. Eu entro com meu caminhão na cidade e sigo na pista do meio, mas em pelo menos dois retornos aqui no 'meio da cidade' é mais difícil. Passo aqui no mínimo 15 vezes por ano, mas notei que de algum tempo pra cá ficou mais difícil", afirma o caminhoneiro do estado do Paraná.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o fluxo de caminhões na BR-010 aumentou nos últimos anos desde a chegada da indústria de papel e celulose, principalmente no trecho entre Açailândia e a entrada para a Estrada da Fachinni, que leva à Estrada do Arroz.
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