Illya Nathasje

Através da Gerência de Relações com a Imprensa, a TAM Linhas Aéreas S/A confirmou em nota enviada a O PROGRESSO que os voos JJ 3528 (Brasília – Imperatriz – São Luís) e JJ 3529 (São Luís – Imperatriz – Brasília), realmente deixarão de ser operados a partir de 07 de maio.
Publicada em primeira mão na edição do dia 14, sábado, a notícia causou grande repercussão na cidade, que vive um momento econômico excepcional, inclusive crescendo mais que a média nacional, e mobilizou representantes e entidades contrárias à decisão da companhia, que parece desconhecer essa realidade.
Assinada por Guilherme Testa, a nota justifica a decisão como “um ajuste pontual, reflexo da constante análise da eficiência das rotas em operação”. Mais à frente, a nota afirma que: “(…) A TAM já não está comercializando os bilhetes dos voos descritos acima. Os clientes que já tinham bilhetes adquiridos poderão optar pela reacomodação em voos de companhias congêneres ou pelo reembolso integral da passagem.”
A decisão da companhia, além de prejudicar a cidade de Imperatriz, que recebe um investimento totalmente integrado à economia mundial que é a construção da fábrica da Suzano Companhia Papel e Celulose, da ordem de mais de 3 bilhões e geração de mais de oito mil empregos, novos empreendimentos na rede hoteleira (quatro novas unidades) e ainda de compras, serviços, lazer e alimentação (Shopping Imperial) com cento e sessenta lojas, a instalação de novas lojas na área de construção e materiais diversos, prejudica toda a região, aí compreendida parte do Tocantins e do Pará. Ao todo, uma população de mais de um milhão de habitantes em mais de sessenta municípios que verão seus investimentos afetados pela dificuldades que empreendedores e fornecedores passarão a ter para se deslocarem em virtude da pouca oferta de assentos que a retirada da TAM vai proporcionar à malha viária.

Entidades reagem

Em reunião acontecida ontem, com a participação do prefeito Sebastião Madeira, do presidente da Câmara de Vereadores, Hamilton Miranda, e do deputado federal Chiquinho Escórcio, entidades classistas reagiram à decisão da TAM em retirar de Imperatriz e região dois voos que ligam a cidade a São Luís e Brasília.
Presentes, o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACII), Euclides Viera, o presidente do Sindicato Rural, Sabino Costa, e o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista, Heraldo Moura. Também participou o prefeito de João Lisboa, Emiliano Menezes.
Lembrou-se ali que a exploração da linha é, antes de tudo, uma concessão e que, portanto, a empresa tem suas responsabilidades. O prefeito Madeira questionou: - Quantos empreendedores que a partir de suas agendas assumiram compromissos na cidade ou em cidades da região e agora terão que reprogramar suas decisões?
Um consultor técnico de uma grande multinacional que participou, na manhã de ontem, de audiência com o prefeito e o deputado lembrou que se “assustou” quando, ao descer em Imperatriz, praticamente viu o avião se esvaziar. - Uma prova inconteste de que o avião está sempre cheio. Tem excelente frequência, concluiu.
O deputado Chiquinho Escórcio garantiu que começa hoje em Brasília a buscar todos os meios possíveis para evitar esse prejuízo que a TAM quer impor a Imperatriz e região.