Flávio Moura, diretor da Suzano
Anderson Moreira, Sindicato da Construção Civil
Vereador Rildo Amaral, autor do requerimento da audiência pública

Carlos Gaby/Assimp

Gerente de Relações Institucionais da Suzano Papel e Celulose, Flávio Moura, respondeu a questionamentos de vereadores e de trabalhadores da indústria e da construção civil sobre a posição da empresa em relação à contratação de mão de obra local e dos investimentos sociais obrigatórios previstos no contrato de empréstimo com o BNDES na área de influência da planta de Imperatriz.
Audiência pública, realizada nessa terça-feira (13) na Câmara Municipal, presidida pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e de Gênero, reuniu representantes da empresa, do Serviço Nacional do Emprego (Sine), sindicatos e trabalhadores que estão desempregados e buscam vagas na obra de construção da fábrica de papel higiênico que a Suzano está montando em Imperatriz. Convidadas, empresas terceirizadas não enviaram representantes.
Os vereadores Chiquim da Diferro, Alberto Sousa, Carlos Hermes, José Carlos Soares, Zesiel Ribeiro, Pedro Gomes, Rildo Amaral, Fábio Hernandez, Bebé Taxista e Paulinho Lobão se manifestaram no plenário encaminhando questões sobre a contratação de mão de obra local, investimentos em áreas sociais e o pagamento de imposto sobre a energia elétrica vendida pela empresa.
Usaram a tribuna nas discussões, representando os trabalhadores, Anderson Moreira, do Sindicato da Construção Civil, e Amâncio Sousa, representante da comissão dos trabalhadores que negocia com a Suzano e as empresas terceirizadas.
Flávio Moura disse que, com as gestões e mediações da Suzano perante as empresas terceirizadas e os sindicatos, a mão de obra local contratada pulou de 69% para 80% do quadro de funcionários terceirizados que estão trabalhando na construção da fábrica de papel higiênico.
Os sindicatos e os vereadores contestam os números. O presidente da Comissão do Consumidor, Aurélio Gomes (PT), afirmou que o ideal é que o percentual fosse de 70% de mão de obra local, mas que na rodada de negociação prevista para esta quarta (14) haja entendimento em torno de pelo menos 50%.
“Há certas limitações contratuais que impedem a Suzano de ir mais longe. A Suzano faz certas recomendações às terceirizadas, mas é um assunto complexo em que estamos avançando”, justificou o diretor da Suzano.
Segundo ele, dos mais de 5 mil funcionários da indústria de Imperatriz, cerca de 70% são mão de obra local.
A empresa, de acordo com o diretor, também participa de parcerias com o Senai em cursos de qualificação e readequação profissional.

Investimentos

Questionado acerca do investimento total em projetos sociais, Flávio Moura afirmou que a Suzano dobrou a previsão contratual de 0.5% do valor do empréstimo junto ao BNDES, em torno de R$ 14 milhões para R$ 28 milhões, “deste valor, R$ 10 milhões aplicados em Imperatriz”.
O vereador Ricardo Seidel (Rede) havia colocado que apenas R$ 19 milhões teriam sido investidos pela empresa, sendo R$ 5 milhões em Imperatriz.
Flávio Moura disse ainda que no ano passado repassou ao Tesouro Municipal cerca de R$ 3 milhões referentes ao Imposto Sobre Serviços (ISS).
“Estamos na contramão do desemprego e da crise econômica, fazendo investimento vultoso no Maranhão. Em cinco anos contratamos mais de 200 empresas locais, ampliamos nossa cobertura vegetal e temos negócios com 310 fazendas, algumas consorciadas e a maioria de áreas arrendadas, justamente para beneficiar a mão de obra local”, acrescentou.
Ficou acordado que a Suzano e os trabalhadores, através da comissão que os representa nas negociações, irão tentar avançar na questão da contratação da mão de obra local na reunião desta quarta com as terceirizadas.

Imposto

Flávio Moura disse que a Suzano não concorda com o imposto cobrado sobre a venda do excedente de energia elétrica produzida na fábrica de Imperatriz para empresas elétricas, como a Eletronorte.
Porém, esclareceu que a empresa não paga o imposto “porque o município não tem aparelhamento para cobrar esse imposto”, não explicando o que seria essa falta de aparelhamento.
“Realmente não somos a favor desse imposto, mas ocorre que o Município tem condições de aparelhamento para receber esse imposto”, reforçou