O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa disse ontem (9) que é um “homem livre” ao ser perguntado sobre a possibilidade de disputar as eleições presidenciais de 2018. No entanto, Barbosa ponderou que “até hoje não se interessou” pela política.
Barbosa participou de uma cerimônia em homenagem ao ex-ministro do Supremo Cesar Peluso. Em entrevista após o evento, Barbosa criticou o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Ao relacionar o domínio que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, terá sobre a Câmara e o Senado dos Estados Unidos e da Suprema Corte, o ex-ministro do STF disse que naquele país “a coisa se deu pelas urnas” e não por um processo “controverso e contestado por boa parcela da população”.
“Nós teremos paz em 2018, com a eleição de um novo presidente da República”, disse.
Trump - Na entrevista, Joaquim Barbosa também disse que a eleição de Trump para a presidência dos EUA foi um “choque para o mundo ocidental”, mas não lhe causou surpresa.
“É um choque para o mundo ocidental. O sistema de alianças que foi montado no mundo ocidental após a Segunda Guerra Mundial, as posições extremistas de Trump, colocam em risco todo esse sistema. Mas não acredito que ele vá concretizar nada que ele disse em campanha, porque a democracia americana é muito sólida, as instituições são muito sólidas. Se acontecerem, o mundo estará em perigo”, avaliou.
Segundo Barbosa, o resultado da eleição também terá reflexos na composição da Suprema Corte norte-americana, porque Trump indicará um novo ministro para o tribunal, provavelmente de caráter conservador.
Lava Jato - Joaquim Barbosa disse que os fatos sobre a corrupção na Petrobras, investigados na Operação Lava Jato, não o surpreenderam. “Nada disso me surpreende, conheço muito bem o Brasil.”
Sobre o impacto que o eventual acordo de delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht pode provocar no sistema político, Barbosa acrescentou que as instituições de investigação devem funcionar livremente.
“Desestabilizaria a democracia deixar as coisas correrem soltas, sem investigação. É importante que os órgãos da Justiça, de persecução criminal, funcionem regularmente sem qualquer tipo de interferência. Deixa a Justiça funcionar.” (Agência Brasil)
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