Curitiba-PR – Servidores federais da área de educação, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveram ontem (28) manifestação conjunta em frente ao edifício-sede do Banco Central (BC) no Paraná. Estudantes também aderiram ao protesto, que começou com uma passeata.
Os manifestantes distribuíram, aos pedestres, panfletos com um gráfico que aponta que o governo federal prevê gastar 47,2% de seu orçamento deste ano com juros e amortização da dívida. “Estamos em época de matrícula [para o segundo semestre], e não vamos fazer matrícula se não houver negociação por parte do governo”, afirmou Bernardo Pilotto, integrante do comando de greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Queremos 10% do PIB [Produto Interno Bruto] para a educação já, e não apenas em 2023.”
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR), cerca de 50% dos servidores técnico-administrativos da UFPR estão em greve. Já a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) estima que 90% dos docentes não estão em sala de aula. A assessoria de imprensa da UFPR não contestou os números.
“Nas unidades da UFPR no interior e no litoral, a adesão dos professores à greve é total”, disse Rogério Miranda Gomes, secretário-geral da APUFPR. “Após 40 dias de paralisação, o governo ainda não apresentou nenhuma proposta concreta.”
Hoje (29), os conselhos que administram a UFPR e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) analisam propostas que preveem a suspensão do calendário acadêmico, em razão da greve.
O dirigente do núcleo estadual da Associação dos Servidores do IBGE no Paraná, Luiz Carlos de Oliveira, disse à Agência Brasil que cerca de 80% dos servidores do quadro permanente do órgão estão em greve desde ontem.
Mais da metade dos 500 servidores do IBGE no estado, porém, têm contrato temporário e continuam trabalhando. “Esses trabalhadores têm contratos precarizados, renovados a cada mês, e, ao contrário do que diz a legislação, executam tarefas idênticas aos servidores efetivos”, criticou Oliveira.
“Cada categoria tem a sua pauta específica, mas boa parte dos nossos problemas é comum”, resumiu o servidor Cláudio Marques, integrante do comando da greve do Incra em Curitiba. “Queremos novos concursos públicos e aumento de salário. O Incra está perdendo servidores a cada semana.” (Agência Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14440
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