Nove senadores já se inscreveram para falar na sessão Plenária do Senado de segunda-feira (16) em apoio às ações da presidente da República, Dilma Rousseff, no combate à corrupção. A informação é do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que está à frente do que chamou de “movimento” de suporte à chefe do Poder Executivo, atualmente às voltas com pressões em sua própria base parlamentar contra uma ação moralizadora, segundo o noticiário.

Além do próprio Simon, estão inscritos Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia Lemos (PP-RS), Paulo Paim (PT-RS), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Pedro Taques (PDT-MT), Wilson Santiago (PMDB-PB), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Conforme a assessoria do parlamentar peemedebista, Simon conta ainda com Luiz Henrique (PMDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Roberto Requião (PMDB-PR), entre outros.

- Vamos demonstrar ao Brasil o pensamento de uma grande maioria do Senado Federal em relação à hora que estamos vivendo. A tese é dar força à presidente da República para que ela faça um governo com integridade moral e ética. Vários parlamentares virão aqui dizer o seguinte: presidente, conte conosco - assegurou o senador gaúcho, ao encerrar a sessão dessa sexta-feira.

- Logo que o senhor me convidou para a segunda-feira, inscrevi-me imediatamente, porque quero estar nesse grupo - assegurou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o último a discursar.

Em entrevista à Agência Senado, a senadora Ana Amélia (PP-RS) confirmou sua presença:

- A presidente Dilma vem mexendo com interesses sensíveis da sua base de apoio e, embora eu seja uma senadora independente dentro de um partido da base, eu acredito que essa é a hora de dar a ela o suporte político necessário.

Simon explicou que não se trata de solidariedade a Dilma no sentido de apoio programático à presidente da República. De acordo com o parlamentar do PMDB, há entre senadores simpáticos à “faxina” promovida pela presidente quem é a favor e quem é contrário ao programa do governo. E não se trata, igualmente, acrescentou Simon, de “apoio unânime no sentido de que ela não tenha cometido equívocos”.

Entre os possíveis erros de Dilma estaria a maneira autoritária de tratar os integrantes do governo e parlamentares. A presidente deveria ter “mais jogo de cintura”, no entender de Simon.

De todo modo, não se justificariam as manchetes dos jornais afirmando que o Congresso se movimenta contra Dilma, inclusive com ameaças de votar projetos capazes de, a essa altura, complicar a vida do Executivo. Haveria também ameaças no sentido de impedir votação de matérias importantes.

- Seria uma pressão do Congresso para que a presidente saia dessa linha de seriedade - avaliou o senador do PMDB.

Simon relatou ainda o resultado de contatos que tem mantido com dirigentes de instituições da chamada sociedade civil: - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e várias outras entidades estão fazendo um movimento nacional no sentido da seriedade e da responsabilidade. Não vai ser nem aqui, dentro do Congresso, nem na Justiça, muito menos no Executivo que vão nascer as formas para se encaminhar isso. Que venha o povo, que ele nos pressione, que ele nos coloque contra a parede! - pregou o parlamentar de 81 anos, que teve papel importante na luta pela redemocratização do país durante o regime militar iniciado em 1964. (Agência Senado)