Ontem à tarde, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) visitou O PROGRESSO, acompanhado do ex-prefeito Sebastião Madeira e dos médicos Nailton Lira e Gilson Kyt. Ele veio a Imperatriz fazer uma palestra a convite da Associação Médica de Imperatriz (AMI), que realiza a XVII Jornada Médica. Ortopedista, Caiado falou sobre “Problemas políticos médicos do Brasil”.
Antes da palestra, o senador visitou a Feira do Comércio e da Indústria de Imperatriz (17ª Fecoimp) e teve uma reunião com dirigentes da ACII e do Sindicato Rural de Imperatriz. Ronaldo Caiado também é agropecuarista, sendo um dos fundadores da União Democrática Ruralista.
O senador disse que nos seus 22 anos de parlamentar nunca tinha presenciado uma situação tão grave como em que encontra-se hoje o Brasil, com denúncias de corrução, prisões e outros escândalos. E o mais grave, envolvendo integrantes de vários poderes. Ele acredita que haverá ainda mais denúncias e delações, especialmente por parte do Joesley Batista, em função do pedido de anulação de sua delação premiada feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Embora sendo do seu estado, Caiado afirmou que nunca teve qualquer envolvimento com Joesley.
Caiado acredita que a Lava Jato “enterrou” a carreira política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador não acredita que o petista seja candidato, mas deseja que ele fosse, porque não ficaria como um “mártir” por ter sido impedido de disputar as eleições. Para Caiado, Lula não venceria. Ele vê hoje como simpatizantes do ex-presidente apenas militantes do partido e de movimentos, como o MST.
O senador confessou ter uma “enorme vontade” de voltar a disputar a Presidência da República, mas está sendo inviabilizado pelo seu partido, o DEM, principalmente devido a decisão da sigla de fazer parte da base de sustentação do presidente Michel Temer. Ele foi candidato em 1989, quando Fernando Collor venceu no segundo turno, disputando com Lula.
Caiado disse que ainda não sabe o rumo que o DEM tomará, caso realmente não lance candidatura própria à Presidência da República. Há muita indefinição no quadro partidário, havendo também muitos pretensos candidatos, como Marina Silva (Rede), João Dória (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSC), Lula (PT), Álvaro Dias (Podemos) e Ciro Gomes (PPS).
Ronaldo Caiado é vice-presidente nacional do DEM. Sobre uma provável aliança do partido com o PCdoB no Maranhão, como é desejo do comando estadual da sigla, o senador não descartou essa possibilidade. Observou que a questão regional é diferente da nacional.
Quanto ao financiamento de campanha, Ronaldo Caiado defende um projeto de lei que transfere o horário eleitoral gratuito apenas às emissoras de TVs e rádios públicas. A intenção é criar um Fundo Especial de Financiamento de Campanha com os recursos economizados oriundos das isenções fiscais concedidas aos canais que transmitiam as propagandas partidárias gratuitas.
O projeto surge como contrapartida à ideia em voga por parte de governo e oposição no Congresso que deseja a criação de um fundo com recursos públicos e que pode chegar a custar R$ 3,5 bilhões. A ideia de Caiado é mudar as Leis 9096/95 e 9504/97 e gerar uma economia de mais de R$ 1 bilhão entre eleições com o fim de renúncias tributárias, além do uso de recursos obtidos com multas aplicadas a partidos políticos. O senador propõe que esse montante seja transferido para um novo fundo em que o eleitor tenha a prerrogativa de destinar a sua parcela proporcional ao partido ou candidato de sua preferência.
Sobre o Estatuto do Desarmamento, Ronaldo Caiado acredita na possibilidade da sua revogação.
O Senado abriu uma consulta pública para saber a opinião da sociedade sobre a proposta do senador Wilder Morais (PP-GO), que prevê a realização de um plebiscito sobre a revogação do Estatuto do Desarmamento. Sancionado como lei federal em 2003, o estatuto determinou a limitação da comercialização, do registro e da posse de armas de fogo e munição.
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