O Brasil possui a quinta maior malha hidroviária do mundo, com 27,5 mil km de vias fluviais navegáveis, o que representa 64% de todo o potencial hidroviário do país. Embora o nosso território esbanje rios com potencial de navegação, esse tipo de modal é responsável por apenas 5% da distribuição de bens e escoamento da produção brasileira, enquanto o transporte rodoviário é de 76%.
No Maranhão, todos os seis rios que compõem a malha hidroviária do Brasil pedem socorro. Com processos de assoreamento, desmatamento, erosões e poluição em estágios avançados em diversos trechos dos cursos de água, em poucos anos os rios secarão ou se tornarão completamente inutilizáveis para consumo humano e para atividades ligadas ao campo, como plantio e a pecuária.
Para mudar essa situação crítica e preocupante das águas do Maranhão, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), em parceria com Administração de Hidrovias do Nordeste (AHINOR), vai começar a implantar as primeiras soluções que visem recuperar e revitalizar completamente as bacias e rios do estado.
“Nosso primeiro trabalho será em um trecho de 6 km do Rio Pindaré, onde serão instalados espigões (defletores fluviais), que funcionam como colchões de areia que vão auxiliar o redirecionamento do curso das águas, proporcionando a autodragagem e, consequentemente, o aumento da vazão. O passo seguinte será o reflorestamento das margens, tornando-a novamente rio saudável e apto para uso humano, atividades econômicas rurais e para navegação de transporte de cargas”, explicou o senador.
Nessa primeira etapa para o Rio Pindaré foram viabilizados R$ 700 mil. “A minha intenção é criar a cultura do fazer. Quando você começa a cuidar das nossas águas, adotar uma nascente, por exemplo, outras pessoas despertam o desejo de participar desse tipo de ação. Eu desejo que o cidadão, especialmente aquele que mora em municípios ribeirinhos se engajem e sirvam de agente de preservação do meio ambiente. Afinal sem água, não há vida”, defendeu Roberto Rocha.
O uso de espigões já é bastante utilizado em países desenvolvidos como Estados Unidos, Bélgica e Alemanha. “Os defletores instalados é uma técnica antiga, mas ainda é pouco usada no Brasil. Ao usar os espigões, em médio prazo conseguiremos realizar o reflorestamento de áreas degradadas e a recuperação do curso original dos rios do Maranhão”, afirmou o coordenador e engenharia do AHINOR, José Ribamar Cantanhede.
Os municípios de Balsas, Timon e entre as cidades de Caxias-Codó também serão contemplados em breve com obras que visam a recuperação dos rios através da AHINOR.
Adote uma nascente
A ideia do senador Roberto Rocha é criar o sentimento da “cultura do fazer” no cuidado com as nascentes dos rios. É que o parlamentar maranhense está viabilizando até o fim do ano 10 kits de nascentes para serem distribuídos em prefeituras de municípios ribeirinhos. “O kit é composto desde arame farpado usado para cercar as áreas das nascentes até caminhonetes tipo troller, que auxiliam na limpeza e preservação”, explicou.
Os kits “Adote uma Nascente” foram empenhados pelo governo federal e pode ser usado em até 20 nascentes. “Com ajuda da população, inicialmente, já estaríamos cuidando de 200 nascentes. O meu desejo é que esse sentimento de cuidar do meio ambiente seja despertado nas pessoas e que elas passam conservar todo o ecossistema, garantindo a preservação e a riqueza do meio ambiente para as futuras gerações”, finalizou o senador.
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