O senador Humberto Costa (PT-PE) voltou a defender uma ampla reforma política, com revisão de regras eleitorais e de normas de organização partidária. Em discurso no Plenário, o senador criticou o que chamou de “indústria de criação de partidos” e citou matérias da imprensa sobre um suposto “troca-troca” de legendas entre “deputados de aluguel”, por conta de partidos criados nos últimos dias.
- É algo absolutamente inaceitável, que envergonha o Congresso e o país. Precisamos acabar com esse balcão de negócios que virou a vida política brasileira – disse.
Humberto Costa lamentou o fato de a Câmara dos Deputados não apreciar a minirreforma eleitoral aprovada pelo Senado na semana passada (PLS 441/2012). O senador reconheceu que não era a reforma que todos queriam, mas apontou que a proposta contém avanços que poderiam diminuir os custos da campanha e tornar a disputa mais democrática. Ele não poupou críticas nem mesmo ao PT da Câmara, que obstruiu a votação, colaborando para que o projeto não fosse votado.
O senador defendeu um “amplo debate” no Parlamento e um plebiscito sobre reforma política e eleitoral. Humberto Costa também pediu o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas e lembrou que recentes manifestações populares pediram mais moralidade na política.
- Apesar de toda a manifestação da sociedade brasileira, o Congresso Nacional tem se recusado a fazer esse debate – lamentou o senador.

Rádio e TV - O senador ainda cobrou do Senado a apreciação do projeto que “trata da fidelidade partidária” (PLC 14/2013). O projeto é polêmico já que, na prática, restringe o acesso de novos partidos a recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda de TV e rádio. A tramitação chegou a ser suspensa por decisão cautelar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em abril. Em junho, porém, o Plenário do STF liberou a retomada da discussão no Congresso.
Na visão de Humberto Costa, “a mídia conseguiu convencer a opinião pública” de que a proposta não era moralizadora, mas um ato de perseguição à ex-senadora Marina Silva, que tenta criar o partido Rede Sustentabilidade e se lançar candidata à Presidência da República no ano que vem. (Agência Senado)