Senado impede lavagem de rampa por manifestantes anticorrupção

Brasília - O novo presidente do Senado Federal será eleito amanhã (1º). O escolhido deverá obter a maioria em votação secreta durante reunião preparatória marcada para as 10h, quando deverão estar presentes pelo menos 41 dos 81 senadores. A eleição ocorrerá em turno único, e só haverá nova votação no caso de se registrar um empate entre dois ou mais candidatos.
Logo após a abertura da reunião preparatória pelo atual presidente, José Sarney, poderão ser formalizadas as candidaturas à presidência da Casa, oralmente ou por escrito. Os candidatos poderão, então, usar a palavra para expor as suas propostas e pedir os votos dos colegas. Somente os próprios candidatos falarão antes da votação. Uma vez concluída a eleição, o novo presidente será imediatamente chamado a ocupar a Mesa e poderá, mais uma vez, fazer uso da palavra.
Em seguida, o presidente eleito promoverá uma segunda reunião preparatória, para a eleição dos demais membros da Mesa. Serão escolhidos dois vice-presidentes, quatro secretários e igual número de suplentes para a Comissão Diretora. Concluída essa segunda parte da eleição, será convocada a primeira sessão deste ano do Congresso Nacional, marcada para a segunda-feira (4), a partir das 16h.

Mensagem
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, entregará ao Congresso Nacional a mensagem presidencial a ser lida na abertura dos trabalhos legislativos de 2013. o texto a ser enviado pela presidente Dilma Rousseff deverá, segundo determina a Constituição, expor a situação do país e solicitar ao Poder Legislativo as “providências que julgar necessárias”. A apresentação do documento é uma oportunidade de que dispõe a Presidência da República para divulgar à sociedade os seus objetivos para os próximos meses.
Está prevista para as 15h40 a chegada do carro conduzindo o presidente do Congresso Nacional. Acompanhado dos secretários-gerais da mesa e dos diretores-gerais das duas Casas Legislativas, ele será encaminhado à Chapelaria, onde será recebido pelo presidente da Câmara, pelo presidente do Supremo e pela ministra-chefe da Casa Civil. Em seguida, encontrará os líderes partidários no Senado e na Câmara. O destino do grupo será o Plenário da Câmara dos Deputados, onde ocorrerá a cerimônia de abertura da sessão legislativa.

Senado impede manifestação contra corrupção

A segurança do Senado proibiu nesta quarta-feira (30) a lavagem da rampa do Congresso Nacional. O protesto, apoiado por mais de 20 organizações não governamentais anticorrupção, contra a candidatura de Renan Calheiros e pela eleição de um nome ficha limpa para comandar a casa, começou na madrugada com 81 vassouras, uma por senador, baldes e panos de chão.
“Fomos informados por policiais do Senado que a manifestação na rampa só poderia ser feita com autorização”, disse Antônio Carlos Costa, fundador da organização não governamental Rio de Paz.
O diretor de subsecretaria de polícia ostensiva do Senado Federal, Rauf de Andrade, disse à Agência Brasil que, como se trata de uma área comum da Câmara e do Senado, o ato só poderia ocorrer com autorização dos presidentes das duas casas. Além da Polícia do Senado, cerca de 80 homens da Polícia Militar foram deslocados para reforçar a segurança em frente a rampa.
Sem a autorização para a manifestação, as vassouras verde e amarelo foram transformadas em uma grande cruz, montada em frente a sede parlamento. “Nós estamos portando pano de chão, balde e vassouras. Nós não estamos portando pedras e a porta do nosso Senado é fechada na nossa cara, por isso, nós transformamos as vassouras numa grande cruz”, explicou Antônio Carlos.
Ainda pela manhã, os organizadores buscaram apoio de vários senadores para o realizar o ato, mas a maioria não estava na casa. Nos últimos cinco dias, com a ajuda das redes socais, entidades anticorrupção reuniram mais 100 mil assinaturas em uma petição que pede que os senadores “escolham um presidente ficha limpa, comprometido com o desenvolvimento social e que seja capaz de dirigir o Senado com independência e dignidade”.
A eleição da nova mesa diretora do Senado será na próxima sexta-feira (1). A assessoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) informou que ele não comentaria a manifestação.