Hemerson Pinto
Diante dos casos de violência registrados ultimamente em Imperatriz, a população tem demonstrado insegurança em andar nas ruas e até manter aquele velho costume de conversar com a vizinhança na porta de casa. Apesar do trabalho preventivo da Polícia Militar, que nos últimos dias teve como resultado a apreensão de armas e a prisão de pessoas suspeitas de envolvimento em homicídios, o medo acompanha algumas pessoas.
“Se vou para o trabalho, fico pensando o que pode acontecer pela frente. Fico de olhos abertos na saída de casa, com medo de ter alguém em atitude suspeita. Pode ser um assaltante. Ninguém sabe quando e o que pode acontecer, nem mesmo dentro da casa da gente. Estamos vendo nos noticiários da cidade pessoas que estão dentro de casa serem vítimas de assaltos, sequestros relâmpagos, bandidos invadem a casa, imagine na rua”, comenta o auxiliar de serviços gerais Renato Gomes.
Para a empregada doméstica Júlia dos Santos, sentar à porta de casa para bater papo com a vizinha não é mais rotina. “Eu ficava, até poucos dias, até umas 10h30 da noite na porta da casa da vizinha do lado, conversando enquanto o filho dela voltava da escola. Depois que outra vizinha nossa foi assaltada assim, a gente deixou de fazer isso. Agora, ou eu vou pra casa dela, na sala e com a porta fechada, ou ela vai pra minha casa”, diz.
Durante a sessão de ontem, na Câmara Municipal, o vereador Raimundo Roma abordou o tema, referindo-se às situações da área policial registradas nos últimos dias. O vereador aproveitou para comentar sobre dificuldades encontradas pela Polícia Civil em investigar os casos que, segundo ele, acumulam em mesas e gavetas das delegacias da regional de Imperatriz.
“Precisamos com urgência organizar uma audiência pública onde nós possamos ouvir o secretário de Segurança Pública do Estado. Ele deve ser convidado para estar aqui e sei que ele vai aceitar, por ser um cidadão maranhense, o comandante da Polícia Militar, o delegado regional e delegados que o assessoram. Estamos na expectativa de poder trazer aqui o secretário de Segurança Pública do Maranhão para conversar sobre a questão que estamos vivendo hoje. Na Polícia Civil, a gente tem percebido uma escassez de agentes, escrivães, delegados, sendo que em tempos atrás nós tínhamos esses profissionais”, disse o vereador do PSL.
Roma afirma que a maioria desses profissionais, que ajudavam no andamento das ações da Polícia Civil em Imperatriz, está voltando a São Luís, capital do estado, e “Imperatriz está sendo penalizada. Os homicídios estão acontecendo e, se não fosse a participação direta da Polícia Militar com seu Serviço de Inteligência, não teríamos as respostas que a sociedade está esperando, porque os delegados estão abarrotados de procedimentos”, declara.
A alternativa, segundo Raimundo Roma, é reforçar o policiamento, principalmente o número de delegados, escrivães e investigadores. “Que estes profissionais voltem ou outros sejam transferidos de lá (São Luís) para cá. “Estamos pagando o pato sendo penalizados com essa situação”, disse, ao reafirmar que o pedido de reforço para a segurança de Imperatriz será o pedido feito ao secretário de Estado de Segurança na possível realização de audiência pública sobre o tema.
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