O presidente do Conselho de Secretários de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Consedic) e secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo, defende a retomada dos investimentos no setor de petróleo para acelerar a economia brasileira. Para isso, é necessário mudar o marco regulatório do pré-sal, flexibilizando a cláusula que obriga a Petrobras a participar de todos os blocos de exploração de petróleo no regime de partilha. O Projeto de Lei 4567/16, em análise na Câmara dos Deputados, faculta à Petrobras escolher quais blocos do pré-sal explorar.

Com a crise financeira enfrentada pela empresa, destaca Simplício, a estatal não tem capacidade de assumir novos blocos de exploração, o que trava toda a cadeia de óleo e gás. Os investimentos da Petrobras caíram 25% com relação ao primeiro trimestre, para R$ 11, 2 bilhões. No acumulado do ano, a empresa investiu R$ 26,1 bilhões, valor 25% menor do que o mesmo período no ano anterior.
“Essa situação tem agravado a crise, principalmente nos municípios cujo crescimento é ligado ao setor. A mudança vai permitir que outras empresas participem do pré-sal gerando empregos em todo o Brasil”, afirma.
Simplício destaca que a queda no investimento da Petrobras provocou o fechamento de empresas e de postos de trabalho ligados ao setor. A paralisia nos investimentos na cadeia produtiva de petróleo e gás gerou a perda de 510 mil empregos entre fornecedores e prestadores de serviço desde 2012, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviço e Petróleo (ABESpetro). Por outro lado, para cada US$ bilhão investido no setor, 25,6 mil empregos são criados.
Após três trimestres de prejuízo, a Petrobras teve lucro de R$ 370 milhões entre abril e junho. O resultado, porém, representa queda de 30% em relação aos R$ 531 milhões do mesmo período de 2015. O prejuízo da estatal é de R$ 876 milhões no acumulado do primeiro semestre de 2016.