Sálvio Dino com o acadêmico e amigo Domingos Cezar, na biblioteca da AIL

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Câmara dos Deputados, por intermédio da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, vão homenagear na próxima terça-feira (13) em sessão solene na Câmara, em Brasília, advogados de vários estados que defenderam presos e perseguidos políticos durante o regime militar.
Através de ofício circular Nº, 042/2012, o presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante Junior, solicitava aos presidentes dos Conselhos Seccionais da OAB a indicação de um advogado. A Seccional da OAB/Maranhão indicou o advogado Sálvio Dino, que estará em Brasília para receber essa justa homenagem.
Sálvio Dino de Castro e Costa nasceu em Grajaú no ano de 1932, onde fez o curso primário. Na capital do estado cursou o secundário e bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Luís, onde participou ativamente de movimentos estudantis e literários.
Ingressou muito jovem no jornalismo como revisor e repórter dos Diários Associados. Como líder estudantil, foi atuante membro da União Maranhense dos Estudantes Secundários (UMES) e pertenceu ao Parlamento-Escola da Faculdade de Direito, sendo eleito orador oficial do Centro Acadêmico Clodomir Cardoso, da referida instituição.
Vocacionado para a política, elegeu-se em 1954 vereador em São Luís. Em 1962 conquistou seu primeiro mandato de deputado estadual, tendo sido cassado e preso em 1964 sob a acusação de atividades subversivas e comunistas.
De volta à Assembleia Legislativa, foi distinguido, em 1977, pelo Centro Social Estudantil Maranhense com o título de melhor deputado estadual daquele ano. Foi eleito prefeito municipal de João Lisboa, em 1988, cargo esse que voltou a ocupar a partir das eleições de 1996.
Durante o regime militar atuou como advogado de diversos presos políticos, a exemplo do então vereador de Caxias, Edson Vidigal, hoje ministro aposentado e ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, e do prefeito de Imperatriz, João Menezes de Santana, ambos cassados e presos naquele período de restrição democrática.
Advogado de militância na área criminal, atuou em numerosos júris populares e como conselheiro da OAB/Maranhão foi autor do projeto de criação da primeira subseção da instituição, em Imperatriz. Como escritor, é membro da Academia Imperatrizense de Letras, Academia Grajauense de Letras e Academia Maranhense de Letras.