A saída de Teich repercutiu entre os deputados. Para o deputado Efraim Filho (DEM-PB), líder do partido - o mesmo do ex-ministro Mandetta -, ao contrário do que afirma Teich, o agora também ex-ministro não disse a que veio em seu curto período no ministério.

"A impressão que fica é de que ele nunca assumiu realmente as suas funções. Desde a saída do ex-ministro Mandetta, o Ministério da Saúde teve praticamente um mês perdido. No momento mais crítico da pandemia, deixou a população desorientada, sem um ponto de referência de autoridade da saúde, e a gente espera que isso possa se organizar daqui por diante", disse.
Para o deputado André Figueiredo (PDT-CE), líder da Oposição, a saída do médico oncologista demonstra que Jair Bolsonaro não tem mais condições de governar.
"Isso corrobora o que estamos constatando: que o presidente da República, lamentavelmente, não tem condição de administrar o país num momento como esse. É lamentável nós vermos que o nosso país vai ter um terceiro ministro da Saúde em menos de 60 dias, num momento em que era necessário fazer o enfrentamento da pandemia com o mínimo de competência de uma equipe vocacionada, e que seja respeitada na comunidade científica."

Economia
O líder do governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), por outro lado, defende que a saída de Teich não afeta a capacidade do governo de continuar cuidando da saúde dos brasileiros. Ele também ressaltou a preocupação com a economia.
"O governo federal tem feito todos os esforços para salvar vidas, que é a nossa prioridade, e também preservar os empregos dos brasileiros. Centenas de ações já foram conduzidas pelo governo federal, coordenadas pela Casa Civil, e já foram anunciadas medidas que ultrapassam R$ 1,7 trilhão", defendeu ele. Segundo Vitor Hugo,  "o governo seguirá no seu curso de proteção de vidas, e de salvaguarda de empregos e que nós vamos sair ainda mais fortes e unidos desse momento tenso, dessa crise do Covid-19."
Vários deputados avaliaram que a divergência entre Bolsonaro e Teich em torno do uso da cloroquina no tratamento dos doentes foi o principal motivo da saída do ex-ministro.
Especialistas que falaram à comissão externa da Câmara que avalia o combate à Covid 19 explicaram que a hidroxicloroquina é um entre muitos medicamentos que estão sendo testados no tratamento da nova doença, mas a falta de evidências de sua eficácia fora dos testes em tubos de ensaio faz com que ela não seja incluída como protocolo geral por entidades médicas.
O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), concorda com a avaliação e afirmou que os brasileiros "não são cobaia".
"Bolsonaro quer que o ministro da Saúde possa usar a cloroquina para agradar os interesses americanos. Essa é a razão principal da demissão do ministro da Saúde. É um governo que está aos frangalhos." (Agência Câmara de Notícias)