“Sinto-me em casa, literalmente”, disse ontem o senador Roberto Rocha ao discursar no ato solene que marcou seu retorno ao PSDB, partido do qual havia saído, depois de 16 anos, para se filiar no PSB, na época a convite do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014). “Quando saí do partido, em 2011, disse: mudo de partido, mas não mudo minhas convicções, minhas opiniões, não saio movido por questões pessoais. Não esperem de mim qualquer gesto de hostilidade a um companheiro meu.”
Roberto Rocha ressaltou que, ao assinar a ficha de filiação, assumia a condição honrosa de ser o 12º senador do PSDB e, ao cumprimentar os presentes, disse que o faria em nome de dois “tucanos ausentes mas que certamente estão lá em cima juntos, brindando este momento: Luiz Rocha e João Castelo, meu pai e meu amigo, ambos ex-governadores do Maranhão”.
O parlamentar maranhense destacou ainda o fato de chegar ao PSDB num momento, para ele, singular da história do Brasil. De grandes desafios e de imensa perplexidade.
“Estamos literal e metaforicamente quase num apagão democrático. Não se trata mais de fora Lula, Dilma, ou Temer. A questão agora é a República e democracia, que estão ameaçadas nesse País. Como cidadão, estou perplexo e assustado com perspectivas de futuro. Como avô, estou apavorado do País que meus filhos e netos herdarão. Como político, estou preocupado em ver o Exército na rua, as cidades assombradas e os prédios públicos muitas vezes sendo cercados”, asseverou.
Diante da conjuntura nacional atual, o novo tucano disse ainda que não é mais hora de partidarismos, politiquinha, populismo barato e ideologias de camisetas. Para Roberto Rocha, o momento de se estabelecer o que ele chamou de jejum ideológico. “Essa fadiga democrática que vivemos vem da toxina ideológica. É hora de nos preocuparmos e levantarmos a bandeira do Brasil. É na pátria que temos que pensar. É ela que nos une. O resto vem depois! Porque falta pouco para não termos nem resto nem depois”.
Roberto Rocha prosseguiu dizendo que o PSDB é um partido que ainda tem muito o que dizer aos brasileiros dos seus feitos, e que sua obra não foi feita para a glória do partido, mas para as necessidades do Brasil e de seu povo.
“Contem comigo, como um soldado para carregar a bandeira do partido nas terras do meu amado Maranhão”, ressaltou o senador, que concluiu sua fala citando o padre Antônio Vieira. “Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos, apenas duramos”.
O ato de filiação de Roberto Rocha, ontem à tarde, deixou pequeno o espaço do seu gabinete com a presença de jornalistas, lideranças do PSDB, como presidente da legenda Tasso Jereissati, José Anibal, presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o líder da bancada na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli, e do Senado, Paulo Bauer, os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perilo (GO), o ministro das Relações Exteriores, Aluysio Nunes; os senadores Cassio Cunha Lima e José Serra e o deputado Sílvio Torres.
Imperatriz e região foram representadas no ato pelos ex-prefeitos de Imperatriz, Sebastião Madeira e Ildon Marques, e de Açailândia, Ildemar Gonçalves.
Roberto Rocha é natural de São Luís. Nasceu em 1965 e é formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Maranhão. Eleito senador com 1,4 milhão de votos em 2014, o novo tucano foi deputado estadual, deputado federal e vice-prefeito de São Luís.
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