Brasília-DF - Foi encaminhada à primeira instância da Justiça Federal a representação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentada pelos partidos de oposição à Procuradoria Geral da República (PGR). O entendimento do procurador-geral, Roberto Gurgel, é de que, como Lula não tem mais foro privilegiado, uma investigação contra ele deve ser analisada pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal e não pela PGR.
Na segunda-feira (28), líderes do PSDB, DEM, PSOL e PPS representaram contra o ex-presidente, acusando-o de praticar os crimes de tráfico de influência, coação no curso do processo penal e corrupção ativa pela suspeita de ter feito pressão junto ao ministro Gilmar Mendes para que o Supremo Tribunal Federal adiasse o julgamento do escândalo do Mensalão. A informação foi publicada pela revista Veja desta semana a partir de entrevista de Gilmar Mendes, cujos termos foram confirmados pelo ministros a outros à Veja e outros órgãos de imprensa.
O pedido de Lula a Gilmar Mendes teria sido feito no escritório do ex-ministro da Justiça e ex-ministro do STF Nelson Jobim. Em troca do favor, Lula teria oferecido a Gilmar Mendes “blindagem” na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.
Lula divulgou nota dizendo-se indignado e negando o pedido de adiamento do julgamento do Mensalão. Admitiu, porém, ter se encontrado com Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim. O ex-ministro da Justiça também confirmou o encontro, mas negou os termos da entrevista de Gilmar Mendes. (Agência Senado)