Brasília-DF – O advogado Itapuã Prestes de Messias, defensor de Emerson Palmieri, afirmou durante sustentação oral no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) que o repasse de recursos do PT ao PTB eram legais e destinados ao pagamento de dívidas de campanhas eleitorais. “Para a captação de recursos é possível transferência de um partido ao outro”, disse.
Para Messias, a denúncia é “irresponsável”. “É uma peça tendenciosa, porque pretende ser uma sentença”, disse sobre a peça de acusação do Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o MPF, Palmieri participou das negociações em que o PT prometeu repassar R$ 20 milhões para o PTB. O secretário, que atuava como tesoureiro informal do partido de Roberto Jefferson, teria ajudado a negociar R$ 4 milhões do publicitário Marcos Valério para o PTB, tendo recebido esse valor.
Palmieri é acusado de intermediar a compra de apoio político entre o PTB e o PT e responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, podendo ser condenado de sete a 40 anos de prisão.
Seu advogado destacou que acusação do MPF aos réus do processo da Ação Penal 470 foi baseada em denúncias de Emerson Palmieri. Para Messias, o Ministério Público não aprofundou a apuração das informações repassadas por seu cliente. “[Palmieri] É o segundo denunciante. Não é delator, como quiseram alguns. Porque delator é quem participou e entregou. Denunciante, não. Denunciante é quem viu e tentou os caminhos próprios [..]. Vossa excelência [o procurador-geral da República, Roberto Gurgel] calou o denunciante. Nada mais se descobriu”, alegou Messias.
Por várias vezes, o advogado reforçou a tese de que o réu desconhecia a origem do dinheiro e que não há descrição de conduta nos casos para incriminar Palmieri. “Era preciso desmoralizar Emerson Palmieri, cortando, assim, uma das pernas de sustentação de Roberto Jefferson”, disse. “Podia estar descrito que o senhor Emerson Palmieri colocou o Jair dos Santos [que fez saques para um deputado] em um balão, que levou ele para sacar o dinheiro. Mas não, não tem nenhuma descrição na denúncia do que ele fez”, concluiu.
Ao final da sustentação oral, Messias elogiou a atuação do ministro do STF, Antonio Dias Toffoli. “Tive a honra de atuar com ele em vários tribunais. A presença dele é um prenúncio”. O advogado encerrou a defesa sustentando que “ninguém será condenado se não estiver amplamente demonstrado nos autos”.
Atualmente, Emerson Palmieri ocupa o cargo de primeiro-secretário do PTB. (Agência Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14478
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