O transporte coletivo em Imperatriz foi, mais uma vez, o tema de audiência pública realizada na Câmara de Vereadores. O evento aconteceu na manhã da última quinta-feira e, além dos legisladores, reuniu representantes das empresas Viação Branca do Leste e Aparecida, Ministério Público e estudantes. Estes últimos são os responsáveis pela volta do debate, desde quando passaram a cobrar durante manifestações a redução no preço das passagens e o passe livre para a categoria.

No uso da palavra, o professor e estudante universitário Evandro Fernandes falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos usuários do transporte coletivo e perguntou a dezenas de estudantes que empunhavam cartazes na galeria quem nunca passou chuva ou sol nos pontos de ônibus sem estrutura ou quem nunca viu, por exemplo, um cadeirante ou idoso passando por constrangimento enquanto tentava entrar em um dos ônibus.
A O PROGRESSO o professor afirmou que o movimento estudantil que defende interesses da categoria “[...] se organizou e reivindica agora a redução da tarifa e passe livre para os estudantes, assim como acessibilidade, melhoria no transporte, paradas de ônibus com estrutura. A melhoria como um todo no transporte público na cidade de Imperatriz”, resumiu.
Segundo Evandro, que é cadeirante, cerca de 2 mil alunos de escolas públicas municipais e estaduais localizadas na área central da cidade dependem do transporte coletivo para chegar à escola.  “Pessoas que vêm da periferia e de pequenas cidades vizinhas e que dependem do transporte público pagam meia, mas têm estudantes que perdem aula porque não têm dinheiro para ir à escola”, lamentou.
Nas linhas dentro da sede do município a passagem de ônibus custa R$ 2,70 e chega a até R$ 3,70 em linhas intermunicipais. O diretor da empresa VBL, que detém maioria das linhas de ônibus coletivos em Imperatriz, diz que é necessário analisar a realidade da empresa. “Para a empresa, é impossível ter essa redução de tarifa, houve mais um aumento de combustível e o nosso operacional subiu em torno de 40% em apenas seis meses. Se isso vier a ocorrer através de um acordo, alguém vai ter que bancar essa redução. Para a empresa, é inviável essa redução de tarifa”, afirmou o diretor da VBL, Denis Policarpo.
Sobre a possibilidade de passe livre para estudantes de escolas públicas, o diretor da VBL afirmou que “é um debate que não compete à empresa, mas volta a repetir, se houver algum tipo de acordo, alguém vai ter que pagar por este passe livre. A empresa não poder arcar com isso devido a sua realidade. A gente compra pneus, combustível, nada é de graça”, rebate. (Hemerson Pinto)