SÃO LUÍS - O economista Jorge Arbache afirmou que os desafios para a indústria brasileira são grandes e que o cenário atual é preocupante e de recessão. Apesar do panorama, o consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou o empresário brasileiro um herói e que sempre busca inovar. O economista, que também é professor da Universidade de Brasília, foi um dos palestrantes do Dia do Empresário da Indústria de São Luís, encontro promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), em parceria com a CNI e Sebrae.
Na sua apresentação, Arbache fez uma contextualização do cenário econômico internacional e brasileiro. "O Brasil está numa situação preocupante. Temos visto que o país tem perdido mercado internacional, as exportações só diminuem, enquanto as importações só aumentam de forma significativa. Ainda há muito o que fazer para que o país se posicione competitivamente. Não há dúvidas, o Brasil já está em recessão. E tudo indica que ela perdure até 2018".
Em relação aos fatores internos, Arbache apontou que a indústria brasileira tem perdido participação no Produto Interno Bruto (PIB) para o setor de prestação de serviço. Além destas constatações, Arbache promoveu uma discussão sobre as expectativas para a indústria. "São desafios de diversas ordens, externos e internos, uns com conotação politica e outros técnicos. Ser empresário no Brasil é um grande ato de heroísmo. Os empresários da indústria se dedicam a gerar emprego, riqueza, a empreender, e a esses temos que bater palmas porque realmente são eles que no final do dia fazem esse país se mover e desenvolver", enfatizou o economista, que já trabalhou para o Banco Mundial em Washington.
Ainda sobre os desafios, o professor defendeu a necessidade de ter produtos com maior agregação de valor e diferenciados. "Para garantir o sucesso, precisamos agir no sentido de dirimir custos, mas também desenvolver produtos e serviços que tenham algum diferencial para garantir novas oportunidades de negócio, e assim, movimentar a escala de agregação de valor de mercado". Para o diretor do Sindicato das Indústrias de Bebidas, Água Mineral, Refrigerantes e Aguardentes do Estado do Maranhão (Sindibebidas), Fabrizio Dualibe, que participou da ação, toda iniciativa que crie um ambiente empreendedor no Maranhão é válida. "Eu respeito e admiro a postura proativa da CNI e da FIEMA de sempre buscar inovações e melhorias, independente de crise. Momentos como esse, do Dia do Empresário, trazem uma motivação para a classe se unir em um grande network e poder trabalhar saídas conjuntas para a crise", enfatizou o industrial.
Para o presidente em exercício do Sinduscon, Edmilson de Araújo Pires, o empresário precisa ser persistente. "Passamos por um momento de crise e de dificuldade, mas a economia não vai parar e nós temos que nos preparar para esse novo desafio. Essa iniciativa da FIEMA é fundamental para os empresários, o debate é constante. Não se sai de crise sem debate, sem inteligência, sem estudos profundos e esse momento é muito rico."
Para o vice-presidente da FIEMA, Francisco Sales de Alencar, que representou o presidente Edilson Baldez das Neves, o encontro foi um momento de integração e discussão em prol do desenvolvimento do setor industrial maranhense. "O Dia do Empresário da Indústria não é uma data, mas uma oportunidade de mobilizar empresários industriais para a discussão de temas relevantes para o fortalecimento da indústria da região".
Ainda foi discutido o tema "Segurança Jurídica e Terceirização", ministrada pelo advogado trabalhista empresarial, Mestre em Direito das Relações Sociais (PUC-SP) e consultor da CNI para a área trabalhista, José Eduardo Pastore. "Hoje o que regulamenta a terceirização é o Tribunal Superior do Trabalho. Não há uma lei especifica para tratar o tema. Os 15 milhões de trabalhadores terceirizados serão beneficiados a meu ver com uma legislação, além de melhorar a questão da segurança jurídica tanto para o trabalhador terceirizado, quanto para quem contrata a empresa".
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