Representantes do Poder Executivo e de movimentos sociais

Hemerson Pinto

Dezenove dias. É o tempo que o imperatrizense terá de aguardar para saber o resultado da campanha que foi levantada há alguns meses na cidade pedindo a quebra de contrato da Prefeitura com a empresa Viação Branca do Leste, VBL. Na reunião que aconteceu na tarde de ontem, no gabinete do prefeito Sebastião Madeira, um grupo de pessoas engajadas no movimento que participou da manifestação da última quinta-feira apresentou uma pauta com várias reivindicações.
No documento elaborado por movimentos sociais, além do pedido de quebra de contrato, a exigência do aumento imediato da frota das linhas municipais, o retorno da função de cobrador, que há algum tempo é exercida pelo próprio motorista, e a municipalização do transporte público. A mesma pauta informava que, enquanto a empresa continuar como detentora do direito de realizar a atividade em Imperatriz, as manifestações não deixarão as ruas.
Após ouvir as reivindicações do grupo formado por cinco pessoas, e as opiniões e sugestões de secretários do município e representantes da Polícia Rodoviária Federal, o prefeito Madeira deu a notícia que não agradou. “Toda a documentação está pronta. Daqui a alguns dias tomarei a decisão”, marcando a resposta para o dia 10 de julho de 2013.
“Eu tenho responsabilidade. Como é que eu vou rescindir um contrato sem ter quem substitua? No dia seguinte, quem vai transportar os trabalhadores de Imperatriz?”, declara o prefeito Madeira, que ainda reforçou: “Vou tomar uma decisão que atende à expectativa do povo de Imperatriz, pensando na população”.
Madeira explicou que em dezembro do ano passado a Prefeitura fez a primeira notificação à empresa VBL e que em março de 2013 foi aberto o processo administrativo. Até a data da divulgação da decisão, o prefeito afirma que o Poder Executivo vai conversar com representantes da empresa.
O prefeito de Imperatriz alertou que é necessário tomar alguns cuidados antes de um possível rompimento do contrato com a VBL. “Sem todos os prazos, sem todas as defesas que a gente precisa fazer, podemos pegar indenizações impagáveis”, ressalta.
Renan Henrique, que participou da manifestação de quinta-feira e esteve presente na reunião com o prefeito, manisfestou o pensamento do grupo em relação ao novo prazo estipulado. “O que foi falado aqui não surpreendeu muito, a gente sabia que ia ser devorado por trâmites burocráticos que eles (Prefeitura) iriam colocar, e estamos voltando para a população com mais um prazo e nenhum papel, e a questão não é se nós vamos confiar nos prazos da Prefeitura, é se a população vai confiar”, declarou, informando que novas manifestações podem acontecer.
Na reunião realizada com a presença da imprensa, o processo administrativo, com mais de 500 páginas e recheado com denúncias contra os serviços oferecidos pela empresa de ônibus na cidade, permaneceu o tempo todo sobre a mesa do prefeito. Segundo o Procurador do Município, Gilson Ramalho, o contrato de 20 anos com a empresa VBL foi assinado em dezembro de 2008.