A informação foi confirmada pelo próprio Sebastião Madeira, que ontem aguardava apenas a execução das formalidades legais para que houvesse a indicação para a nomeação da comissão interventora que cuidará de reestruturar o partido e estabelecer seu novo caminho no Estado.
Com a intervenção, o PSDB sai oficialmente do arco de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB) para conduzir um projeto próprio que terá o senador Roberto Rocha como candidato a governador em 2018.
Coube ao ex-prefeito Madeira o protagonismo de intentar perante a Executiva Nacional o pedido de intervenção no Maranhão. O ex-prefeito é um dos fundadores do partido no Maranhão e por ele já foi quatro vezes deputado federal e duas vezes prefeito. Como dirigente partidário, presidiu por dois mandatos o Instituto Teotônio Vilela (ITV), o órgão nacional de formação dos tucanos. Madeira continua membro da Executiva Nacional do PSDB.
Na representação, endereçada ao senador Tasso Jereissati, atual presidente da Executiva Nacional do PSDB, Madeira fundamentou o pedido no fato do então comando do partido no Estado não comungar com o projeto da candidatura própria, mas sim se manter atrelado ao projeto de reeleição do atual governador, que declaradamente segue o projeto nacional do seu partido de apoiar o ex-presidente Lula em 2018. Dessa forma, o PSDB, que tem o projeto de voltar a governar o Brasil, ficaria sem palanque no Maranhão.
Assinalou ainda Madeira que a direção do PSDB, encabeçada pelo vice-governador Carlos Brandão, defende publicamente a manutenção da aliança com o PCdoB.
A tese da intervenção no PSDB do Maranhão se fortaleceu depois da filiação do senador Roberto Rocha no dia quatro de outubro, em Brasília, com a presença das principais lideranças nacionais do tucanato, como Tasso Jeiressati, os governadores Marconi Perillo (GO) e Geraldo Alckmin (SP), além de ministros de Estados e deputados federais.
“O objetivo deste ato {filiação de Roberto Rocha}, além de trazer para o PSDB um senador cuja atuação é feita em sintonia com o ideário do partido, é a formatação de um projeto de poder no Estado do Maranhão. A construção de uma candidatura própria a governador e a disponibilização de um palanque para dar suporte ao projeto nacional do partido”, arguiu Sebastião Madeira.
Madeira enquadrou o pedido de intervenção no artigo 136 do Estatuto do Partido que estabelece, entre outras regras, que os órgãos superiores do partido podem intervir para manter a integridade partidária, preservar a linha política fixada pelos órgãos competentes e as normas estatutárias, Impedir acordo ou coligação com outros partidos em desacordo com as normas superiores.
Segundo o ex-prefeito, é evidente que não corresponde com a linha política da Comissão Executiva Nacional do PSDB para o ano de 2018 apoiar candidaturas que não estejam alinhada com o projeto nacional do partido que é o de eleger o presidente da República, como é o caso do Maranhão.
Prosseguiu Madeira na argumentação dizendo que não há dúvida de que a situação política em que o PSDB do Maranhão se encontrava estava fadada ao fracasso e que não resistiria sequer a uma crítica ideológica, “pois não há ideologia em continuar alimentando a candidatura do PCdoB, que vive do apoio de Lula, do PT”.
Para Sebastião Madeira, é preciso resgatar a linha política do PSDB de forma a impedir acordo, ou coligação com o partido que seja absolutamente incompatível ideologicamente com seus projetos.
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