Os líderes do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), defenderam, durante coletiva de imprensa, um movimento em prol de novas eleições diretas para a Presidência da República. Os tucanos acreditam que apenas a sociedade pode dar legitimidade para que um novo governante trace um projeto de país e supere a crise política e econômica atual.

A defesa feita pelos líderes tucanos segue no sentido de que a sociedade cobre a realização de um novo pleito que se dará após a comprovação de irregularidades na campanha petista em 2014. “Em setembro, o julgamento do TSE vai implicar na cassação dos mandatos daqueles que foram eleitos, caso comprovada a criminalidade das condutas nas eleições. Isso é um fato concreto e que antecede qualquer julgamento de impeachment dentro da Câmara. É uma constatação inequívoca”, explicou Sampaio.
O Tribunal Superior Eleitoral analisa pedido de cassação da chapa encabeçada por Dilma nas eleições do ano passado. A petição, assinada pelo PSDB, aponta diversas irregularidades passíveis de serem consideradas como abuso de poder político e econômico. Entre elas o uso indevido dos meios de comunicação e utilização da cadeia nacional de rádio e televisão para fazer promoção pessoal da então candidata à reeleição. Na ação é citada ainda a campanha milionária que superou a soma das despesas de todos os demais candidatos e o recebimento de doações de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas.
Sampaio explicou que a proposta em prol de um movimento a favor de novas eleições vai ao encontro de afirmativas feitas pelo vice-presidente, Michel Temer, de que o país precisa de uma pessoa que possa conciliar os interesses nacionais e encontrar uma saída para a crise.
“Temos dois pontos em comum com a fala dele. Reconhecemos que Dilma não tem autoridade para promover qualquer mudança ou união do país para transpor os muitos obstáculos existentes. Também concordamos que é preciso identificarmos uma pessoa que possa de fato construir um projeto nacional para salvar a nação da grave crise ética e política que se encontra. Mas essa pessoa só terá condições para isso se for legitimada pelo voto popular”, destacou o deputado.
Cássio Cunha Lima endossou as declarações de Sampaio. “Não vamos construir a solução apenas dentro dos muros do Congresso. Só trazendo a população para construir a solução é que vamos dar essa legitimidade a alguém”, avaliou. O senador negou que tenha havido uma postura conspiratória nas declarações feitas por Temer e disse que o Brasil vive um momento completamente diferente daquele que levou ao impeachment de Collor.