Na manhã de terça-feira (19), a presidente da Executiva Municipal do PSB de Imperatriz, advogada e radialista Rosiane Vicentini, entregou carta onde renuncia ao comando da comissão executiva do partido em Imperatriz. Destacando que um dos seus principais motivos é a filiação do ex-prefeito Ildon Marques.

“Com espanto, vi a filiação do ex-prefeito e principal representante da família Sarney em nossa cidade ao PSB. Deixo claro que essa filiação não corresponde aos princípios que regem o manifesto do nosso partido e muito menos aquilo pregado pelo senador Roberto Rocha quando era candidato”.
E ainda disse que o partido esta retrocedendo. “Acredito, sinceramente, que o PSB retroage quando torna-se ferramenta para o retorno da oligarquia ao poder via Imperatriz”.

Veja a nota na íntegra:

Caros amigos socialistas,

Há dois anos filiada ao Partido Socialista Brasileiro mas com uma bagagem de muitos outros na luta política do nosso Estado, sempre no campo de oposição à oligarquia, tenho buscado fazer de minha militância também um instrumento de mudança da realidade do nosso Maranhão, em especial da região Tocantina, eterna protagonista nas vitórias eleitorais desse campo político.
Conheci cada pedaço desse Estado como militante pela libertação do Estado e me filiei ao PSB atendendo ao convite do Presidente Estadual, Luciano Leitoa, para contribuir com a consolidação desse projeto em Imperatriz. 
Ato abonado pelo saudoso ex presidente nacional, Eduardo Campos, referência do nosso partido, homem que capitalizou ganhos pessoais e partidários e construiu maior representatividade partidária no cenário político nacional.
Como instrumento desse projeto fui candidata nas últimas eleições a deputada estadual. 
Nossa vitória seria consequência; a prioridade era a eleição do nosso governador e do nosso senador, como de fato ocorreu.
Tenho a convicção de que em cada reunião, caminhada ou apertar de mãos fiz o que estava ao meu alcance para ajudar na vitoriosa campanha que o povo do Maranhão consagrou.
Vencida as eleições, assumi a responsabilidade de reorganização do nosso partido em Imperatriz. 
Essa missão foi confiada a mim e a diversos outros companheiros que trabalharam durante meses para preparar o PSB para enfrentar as eleições desse ano como um instrumento de consolidação das mudanças que a vitória de 2014 exigia. 
Agradeço a cada um pela dedicação e estou certa de que nenhum dos nossos passos terá sido em vão, visto que a colheita a seu tempo virá e alinhados a nossa consciência seguiremos livres para continuarmos a construção partidária, pautados no que realmente acreditamos.
O pensar coletivo e não o poder pelo poder.
Infelizmente, algumas das recentes filiações ao PSB de Imperatriz contradizem o que eu acredito e preguei em minha campanha. 
Com espanto, vi a filiação do ex-prefeito e principal representante da família Sarney em nossa cidade ao PSB.
Deixo claro que essa filiação não corresponde aos princípios que regem o manifesto do nosso partido e muito menos aquilo pregado pelo senador quando era candidato. Acredito,sinceramente, que o PSB retroage quando torna-se ferramenta para o retorno da oligarquia ao poder via Imperatriz.
Não obstante minha estranheza quanto à filiação do ex-prefeito com o patrocínio do senador a quem apoiei, reitero que sou uma militante e, como tal, resguardando meu direito de discordar, não serei empecilho.
Com humildade reconheço que o projeto pelo qual lutei nas últimas eleições e que norteavam minha atuação à frente do nosso partido em Imperatriz não cabe mais aos planos do PSB em nossa cidade. Neste sentido, torno público que comuniquei ao presidente estadual Luciano Leitoa meu desejo de deixar a presidência da comissão executiva municipal do PSB.
Não posso, em momento algum, subir em um palanque em que não acredito e que não traduz o sentimento da maioria absoluta do povo da minha cidade. Discordo do senador que apoia essa candidatura mas me reservo o direito de não contribuir com esse retrocesso.
O tempo é senhor da razão e o povo de Imperatriz será um julgador implacável.
Me afasto da presidência Municipal do Partido Socialista Brasileiro mas não do compromisso de lutar pelos ideais socialistas. Acredito no dinamismo da política, mas o que é razoável não pode ser relegado em virtude de projetos pessoais.
Saio serenamente porque estou convicta de que me mantive fiel às bases do partido que o senador optou por não dar ouvidos.
Como militante dessa base continuarei ainda mais engajada na luta pelas mudanças que nossa cidade precisa e que um legítimo representante da família Sarney será incapaz de propiciar.
Por fim, sinceramente, espero algum dia reencontrar o senador neste campo progressista que é o maior responsável pelo seu mandato.
Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.

Atenciosamente,
Rosiane Vicentini de Morais