Brasília-DF - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista que investiga o contraventor Carlinhos Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), negou, após a reunião dessa quinta-feira (17), a existência de qualquer tipo de “blindagem” dos governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF). A CPI aprovou a convocação de 51 pessoas, além da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de 36 pessoas físicas e jurídicas.
Vital do Rêgo disse que na pauta da reunião da CPI dessa quinta-feira (17) estava prevista apenas a quebra de sigilo “que é a base do processo investigatório”, não havendo nada que dissesse respeito à convocação dos governadores.
Mas o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), considera indispensável o depoimento dos governadores.
- O que nós temos colocado, sempre com muita clareza, é que os três governadores devem vir. O Marconi Perillo já se dispôs a vir. Quem apresentou requerimento de convocação do Marconi Perillo foi o PSDB. Nós estamos aguardando a aprovação dos requerimentos para que os três governadores possam vir depor na CPI – disse o senador após a reunião.
Questionado sobre a decisão da CPI de quebrar o sigilo apenas das unidades do Centro-Oeste da Delta Construções, Vital do Rêgo não descartou o acesso às contas das demais filiais da empresa.
- O início da investigação, pelo plano de trabalho que foi formulado, é a Delta Centro-Oeste. A Delta Sudeste, a Delta Norte, a Delta Sul ou qualquer outra vai entrar de acordo com o aprofundamento das investigações a depender de uma decisão colegiada – afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) criticou a decisão da CPI de limitar a quebra de sigilo à Delta Centro-Oeste e afirmou que a comissão está fazendo uma “investigação seletiva”.
- Não tem como tirar desse processo de investigação a Delta no todo. Essa investigação vai ficar pela metade, vai ser seletiva se não quebrar o sigilo fiscal, o sigilo bancário e todos os sigilos da Delta Brasil e em especial da Delta Centro-Oeste – criticou.
Na mesma linha, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pediu maior transparência no processo.
- O que nós queremos é uma investigação ampla, transparente e que possa revelar a verdade. Da forma como os trabalhos estão sendo conduzidos, isso não será atingido – disse. (Agência Senado)
Publicado em Política na Edição Nº 14405
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