Prefeito de Novo Gama (GO), João de Assis

Agência CNM

Depoimentos de prefeitos que estiveram nessa quarta-feira, 10 de outubro, na Mobilização Municipalista, comprovam a crise municipal. Gestores de vários lugares do país, de todas as regiões passam por problemas semelhantes: não têm como pagar os credores, não puderam investir em praticamente nenhum setor nos últimos meses e correm o risco de não fecharem as contas para a entrega do mandato.
Além da crise nas finanças municipais, a falta de recursos fez com que o prefeito de Novo Gama (GO), João de Assis, desistisse de tentar o segundo mandato. “Tinha direito de concorrer à reeleição, mas não concorri por conta das dificuldades pela falta de recursos”. João conta que neste final de mandato não foi possível fazer investimentos, somente pagar a folha dos servidores.
Alguns gestores concordam com as isenções do governo federal para aquecer a economia brasileira, mas pedem que União e Estados dividam com os Municípios o peso dessas desonerações. A redução no IPI [Imposto Sobre Produtos Industrializados] é necessária, mas não deveria ser tirada só do Município. Que não jogassem essa carga só para o prefeito que está lá na ponta atendendo tudo. Queremos ser parceiros do governo. Mas essa carga deve ser dividida”, disse o prefeito de Inocência (MS), Antônio Garcia.
“Não dá para ser prefeito com mixarias. Vamos ter de reinventar as prefeituras porque nos tiraram os recursos. É um desespero manter os salários em dias”, desabafa o presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), Elieser Rabelo.