Mesmo a população se deparando com homens e máquinas trabalhando no serviço de duplicação da travessia urbana da BR-010 em Imperatriz, há um certo clima de ceticismo quanto a continuidade da obra por parte do Governo Federal. “Acredito que fique só nisso mesmo”, comenta Alfredo Branco dos Santos, 45, motorista de caminhão que faz fretes para cidades do Estado do Tocantins.

Assim com ele, é comum encontrar na cidade quem teme a paralisção da obra. “O País tem um novo governo que ao não priorizar a obra, pode não liberar recursos este ano. Vamos precisar muito dos nossos representantes políticos. Essa obra não é só de Imperatriz”, diz o representante comercial João Batista do Nascimento Santos.
A preocupação quanto à continuidade ou não das obras da duplicação da BR-010 chegou até a Câmara Municipal. O presidente da Câmara, vereador José Carlos Soares, além de conversas internas, tem externado essa preocupação a outras forças políticas do Estado com assento no Congresso Nacional. O objetivo seria obter o apoio necessário para lutar por recursos para garantir a continuidade da obra. 
HISTÓRIA - O projeto da duplicação da passagem urbana da BR-010 em Imperatriz começou a ganhar forma a partir de uma emenda parlamentar do então deputado federal Sebastião Madeira para que o DNIT viabilizasse o projeto técnico, e assim foi feito; mas faltava o principal: recursos para o início da obra. Depois entrou em cena o ex-deputado federal Davi Jr, que chegou a anunciar recursos até a apresentar a maquete do que seria o trecho pavimentado e duplicado de quase 13 quilômetros. Não saiu e com o passar do tempo ocorreu uma espécie de engavetamento do projeto. Foi aí que entrou em cena o ex-assessor da Presidência da República e ex-deputado federal, Chiquinho Escórcio, que conseguiu desengavetar o projeto, podendo a obra então ser licitada. A empresa maranhense Edeconsil foi quem ganhou a concorrência pública. 
Alguns problemas técnicos iniciais vencidos, a obra foi iniciada mas no decorrer de 2017 surgiu uma  situação que ficou  pouco conhecida e explorada pela mídia:  o Governo  Temer, na busca do equilíbrio de suas contas, “capou” os recursos orçamentários de 2018  destinados a ela. Foi quando entrou em cena o senador Roberto Rocha (PSDB), que ao tomar conhecimento do fato foi pessoalmente ao presidente e fez com que ele revisse a decisão. 
O senador Roberto Rocha chegou a realizar em Imperatriz uma audiência pública com diretores do DNIT e do Ministério dos Transportes para discutir não só a questão da duplicação, mas a possibilidade de federalização de algumas rodovias maranhenses.  
Os recursos foram mantidos e assim a obra pode andar, mesmo lentamente,  ao longo de 2018. O problema agora é daqui para a frente, com a ameaça de tudo parar por falta de recursos. 
Quem passa pelas imediações do Parque de Exposições constata que várias interferências naquele  perímetro  já foram feitas.  Corte, nivelamento do solo e  até  já é   visível o que será a nova ponte do Cacau, contudo, pelo que se informa, o sonho pode virar pesadelo com tudo parando por falta de recursos. 
A duplicação do perímetro urbano da BR-010 em Imperatriz,  hoje, é mais do que uma necessidade. A cidade cresceu no número de habitantes e importância, sendo uma das mais importantes da nova divisa agrícola do País, o Matopiba, que engloba cidades do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.  
Além disso, novos bairros  foram surgindo ao longo da BR, sem falar que atualmente  número e o tamanho dos  veículos em circulação por ali é muito diferente daquele dos idos de 1960, quando a rodovia foi inaugurada,  e aumentou mais ainda depois da inauguração da  indústria de celulose Suzano.
A duplicação e adequação da capacidade da Rodovia BR-010, travessia urbana de Imperatriz,  um trecho de 12,8 km,  foi planejada  para melhorar o trânsito na área urbana de Imperatriz e proporcionar mais segurança para pedestres e demais usuários.  A obra inclui oito elevados, duas novas pontes sobre o Riacho Cacau, e alargamento e reforço de duas pontes no subtrecho entre a MA- 280 (município de Governador Edson Lobão) e a MA -125 (próximo ao município de Cidelândia).