Brasília-DF – A proposta de reestruturação de carreira apresentada ontem aos professores universitários federais terá impacto de R$ 3,9 bilhões no Orçamento Federal. Segundo a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, o valor será dividido nos próximos três anos: 40% este ano, ou seja, R$ 1,56 bilhão. Os 60% restantes serão divididos em 2013 e 2014, o que significa R$ 1,17 bilhão por ano.
A reunião entre os representantes das instituições federais de ensino e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, continua. Mesmo sem o encontro finalizado, a ministra garante que a “que primeira impressão de todos é muito positiva”. Caso aceite a proposta do governo, a categoria pode encerrar o movimento grevista, que começou em 17 de maio.
O governo federal ofereceu reajustes que variam entre 24,4% e 45,1% para doutores. Atualmente, os professores universitários que atingem o topo da carreira recebem R$ 11,7 mil. Com a nova proposta, a remuneração chegaria a R$ 17,1 mil. Entre os mestres, os aumentos vão variar entre 25% e 27%.
A ministra disse que a proposta objetiva conceder maior progressão salarial aos professores com doutorado e com dedicação exclusiva, que representam 86% e 80%, respectivamente. “O conceito da presidenta [Dilma Rousseff] é construir uma universidade de excelência, com valorização e estímulo à dedicação exclusiva. Queremos produção científica. O segundo [conceito] é a titulação. Estamos, com esta proposta, valorizando mais os doutores, que é uma titulação maior.”
Segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a paralisação atinge 56 das 59 universidades federais, além de 34 institutos federais de educação tecnológica dos 38 existentes.
Miriam Belchior classificou de “precipitada” a deflagração da greve pelos professores no mês de maio. “O time de negociação com os servidores é a virada do mês de julho para agosto, porque precisamos estar mais próximos do ano seguinte, para ter clareza, para ter o cenário que se desenvolverá próximo ano, e é momento de fechamento. Do nosso ponto de vista, houve precipitação de universidades e escolas técnicas de deflagrar greve em maio”, disse.
O ministro da Educação, Aloisio Mercadante, lembrou a garantia dada pelo governo de que haveria proposta para os professores universitários. “Sempre dissemos que haveria proposta de carreira, mas estamos vivendo quadro de incertezas na crise internacional”, ressaltou o ministro. (Agência Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14453
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