Em Brasília, a Polícia Federal apreendeu carros de luxo de quadrilha

São Luís - Os municípios de Barreirinhas, Bom Jesus das Selvas, Santa Luzia do Tide e São Luís, no Maranhão, foram alvo da Operação Miquéias, deflagrada ontem pela Polícia Federal.
Estavam sendo cumpridos 75 mandados de busca e apreensão, cinco prisões preventivas e 22 prisões temporárias em dez unidades federativas: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.
Em nota, a PF informou que investiga há um ano e meio lavagem de dinheiro por meio das contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Na ocasião, foi verificada a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.
O dinheiro era creditado nas contas bancárias das empresas investigadas e os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas ligadas à quadrilha, de onde eram sacados. Em 18 meses, foram sacados mais de R$ 300 milhões. Para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização, os criminosos substituíam periodicamente os laranjas e empresas envolvidas no esquema.
A PF identificou diversas “células criminosas da organização”, divididas em três núcleos. De acordo com os investigadores, os criminosos contavam com a ajuda de policiais civis do Distrito Federal. Os líderes da organização também faziam aliciamento de prefeitos e gestores do Regime Próprio de Previdência Social a fim de que aplicassem recursos de entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso.
Esses fundos eram formados por “papéis podres” e “foram verificados prejuízos no patrimônio desses regimes previdenciários”, segundo a PF. Os prefeitos e gestores que aderiram ao esquema eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.
Foram verificadas, também, irregularidades especificamente no Regime Próprio de Previdência Social das prefeituras de Manaus, de Ponta Porã e Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa, Caldas Novas, Cristalina, Águas Lindas, Itaberaí, Pires do Rio e Montividiu (GO), de Jaru (RO).
Os presos e indiciados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.