Ex-governador Sérgio Cabral foi transferido para Curitiba com algemas nas mãos e nos pés

A Polícia Federal (PF) informou ontem (22) ao juiz federal Sérgio Moro que o uso de algemas durante a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi necessário para garantir a segurança da operação. Os esclarecimentos da PF foram motivados por um pedido de explicação feito pelo juiz.

Na semana passada, Moro atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e autorizou a transferência de Cabral para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, diante da constatação da existência de regalias ao ex-governador em um presídio no Rio de Janeiro. Após chegar a Curitiba, Cabral foi transportado com algemas nas mãos e nos pés, e na parte traseira da viatura da PF. Além disso, as algemas das mãos estavam presas a um cinto, impedindo a livre movimentação dos braços. O ex-governador é réu em 20 processos e está preso preventivamente por acusações de corrupção.
Na resposta enviada a Moro, o delegado responsável pelo caso disse que a transferência de Cabral foi realizada desta forma para garantir a segurança da operação. Segundo a PF, o mesmo procedimento foi adotado em situações semelhantes, “não fazendo distinção entre custodiados tendo em vista seu poder econômico ou status social”.
De acordo com os policiais responsáveis pelo caso, o uso de algemas nos pés e nas mãos é justificado diante da situação ocorrida durante a transferência do Rio para Curitiba, com vários repórteres e fotógrafos que estavam na saída do presídio e fizeram “perguntas que poderiam desencadear em agressão”.
“Não é excesso salientar que este núcleo de operações não procura humilhar qualquer preso ou agir de forma abusiva. Pautamos nossa atuação em dados técnicos visando sempre a segurança do preso, da equipe e de terceiros”, disse a PF.
Após a transferência de Cabral para Curitiba, a defesa do ex-governador disse que vai recorrer à segunda instância da Justiça Federal para derrubar a decisão que permitiu a saída dele do sistema prisional do Rio. Os advogados também classificaram o uso de algemas como “espetáculo”. (Agência Brasil)