Desde o retorno do período democrático no país, de seis eleições para Governo, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) esteve presente em quatro, sempre indicando Jackson Lago. Com o falecimento de Jackson, essa é a primeira eleição geral em que o PDT não participa como protagonista, estando fora da majoritária. Ainda que os líderes do partido defendam que isso não representa uma fragilização da sigla no estado, reconhecem que o partido ficou órfão e trabalham na criação de novas lideranças.

O PDT recebeu a promessa de que ficaria como vice-governador do pré-candidato Flávio Dino, mas com a entrada do PSDB na chapa, a vaga foi cedida para o deputado federal Carlos Brandão (PSDB). Excluída a chance de participar da majoritária, o PDT ainda ameaçou abandonar a frente de oposição. Depois foi oferecida a primeira suplência de senador, mas também acabou não ficando com ela.
Presente no mês passado no Maranhão para participar de ato em apoio à candidatura de Flávio Dino ao governo, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, acredita que isso não representa uma crise interna. "Isso representa a compreensão que tudo na política, como na vida, tem etapas. A nossa etapa é recuar um passo para avançar dez depois", assegura Lupi.
O presidente estadual do PDT, Julião Amim, acredita que a vaga de vice foi dada ao PSDB porque o PCdoB precisa ter ao lado um partido que congregue outros setores com que nem um dos dois partidos se relaciona. "O PDT e PCdoB estão no mesmo campo ideológico, são partidos de esquerda. E o PCdoB foi procurar um partido que trouxesse, por exemplo, a classe empresarial para a chapa", explicou Julião.
Segundo o deputado federal Weverton Rocha, ainda que o PDT não esteja na majoritária, a legenda não perdeu a força. "O partido não participou da chapa majoritária em São Luís, mas elegeu três vereadores e hoje tem quatro vereadores na Câmara da capital, então, a gente mostra nossa força no parlamento. Nessa eleição a gente não está na majoritária, mas o PDT vai ter sua bancada de deputados federais e de estaduais, mostrando a nossa força e representação da sua militância", defende.
Julião reconhece que depois da morte de Jackson Lago a agremiação passou por momentos difíceis, com divergências internas, mas que hoje essa fase começa a ser superada. E que investem na formação de novas lideranças. "Estamos trabalhando em cima da juventude do partido, fortalecendo os movimentos sociais".

PDT nas eleições - O pedetista Jackson Lago foi candidato a governador em 1994, 2002, 2006, quando se elegeu governador, e em 2010. E nas eleições municipais de 2012, também foi a primeira vez desde 1988, que o PDT ficou fora da disputa. Tendo à frente da Prefeitura Jackson em 1989 a 1992 e 1997 a 2002, Conceição Andrade em 1993 a 1996, Tadeu Palácio 2002 a 2008. E Clodomir Paz disputou em 2008 a eleição. (Mariana Salgado - O Imparcial)