Willian Marinho

Está muito distante, mas até lá, como diziam os políticos de ontem, “ainda vai passar muita água debaixo da ponte”. O certo é que as eleições municipais do próximo ano já estão sendo trabalhadas por alguns partidos e políticos em Imperatriz, independentemente de promessas de acordos feitos na disputa estadual do ano passado, quando vários líderes partidários se uniram em torno da campanha ao Governo do Estado pelo governador eleito. No jogo de xadrez em que estão sendo tabuladas as peças, ainda há indefinições sobre nomes da oposição, hoje sem líder estadual e os partidos juntando os cacos do que sobrou da derrota do candidato do PMDB, Lobão Filho, e a situação puxada pelos partidos que gravitaram em torno de Flávio Dino.
Hoje, está dentro do tabuleiro da sucessão municipal pela situação Rosângela Curado (PDT), que não tem a simpatia dos partidos que compõem o grupo e do próprio atual prefeito Madeira (PSDB). Por outro lado, PT, PSB, PPS e o próprio PSDB, assim como o partido do governador, PCdoB, ainda não têm um nome com cacife eleitoral superior ao do PDT.
Como restam ainda dois anos e as águas de março ainda não chegaram, o que significa que ainda teremos muita água passando debaixo da ponte, começam a trabalhar outras opções, como o secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, apontado como salvador da pátria da cidade e que é da confiança do governador. Tem ainda o sempre candidato Luiz Carlos Porto e querendo uma pontinha neste jogo o vereador Hamilton Miranda, recém-desembarcado da cadeira de presidente do Legislativo, de onde saiu chamuscado.
No momento, pesquisas internas apontam como consolidada apenas Rosângela e com enorme diferença para estes e outros nomes. No entanto, é bom ressaltar que eleição sem grupo e sem dinheiro é perigosa e sem previsão de vitória. E, no momento, a presidente do diretório municipal do PDT não tem ainda um grupo consistente e vai precisar, e muito, até para fomentar sua campanha. Alguns dizem que o tempo é curto para fazer um candidato. Pode ser, no entanto um nome com estrutura do estado e do município certamente terá todas as condições de crescer e se viabilizar. São dois grandes eleitores a seu favor, o governador Flávio Dino, que ainda estará em lua-de-mel com a população, e o prefeito Madeira, que apesar do desgaste dos seis anos de gestão ainda terá força eleitoral na campanha.
Por outro lado, a oposição - que ainda está sem comando no estado e, portanto, não terá forças para influenciar na campanha de nenhum nome - busca juntar os cacos para enfrentar a situação. Tarefa difícil, principalmente levando em conta que as opções são poucas, aliás raríssimas.
O ex-prefeito Ildon Marques, que anunciou disposição de concorrer novamente, saiu enfraquecido eleitoralmente do último pleito. Teve uma votação muito aquém do previsto, até mesmo pelos seus mais próximos. E não agregou lideranças ao seu lado, o que obrigará a iniciar conversações e formar um novo grupo político, coisa que ele não gosta de fazer, ou seja, como ele mesmo diz, “ralar a barriga na mesa”. O velho chavão do grupo é a ‘minha bota’ e já não empolga. Vai precisar, sim, atrair presidentes dos outros partidos aliados e outros políticos. Mas ainda é o principal nome da oposição.
Na semana passada, a vereadora Fátima Avelino (PMDB), que está em seu quinto mandato, anunciou que pretende reunir ainda este mês o seu partido para discutir o projeto de a sigla lançar um nome para disputar a sucessão do prefeito Madeira. Ela própria se colocará à disposição dos peemedebistas para esta missão. Fátima está certa em fomentar o seu partido, afinal, apontado como um dos maiores diretórios da cidade, o PMDB precisa voltar a ocupar espaço na política local e não apenas ficar como coadjuvante no processo. O próprio presidente Antonio Leite sabe que terá de assumir posição neste jogo, o acordo feito com o PSDB naufragou já faz tempo, o prefeito não respeitou o que foi acertado e a Secretaria da Administração municipal hoje é ocupada por quem o PMDB pediu a demissão e agora não tem assento no quadro de secretários.
O ainda deputado federal Davi Júnior é uma incógnita, uma hora diz que será candidata em Imperatriz, outra hora em outro município. Pode até ser um bom cabo eleitoral de uma candidatura, contudo ele mesmo, como candidato, não terá forças para brigar pela prefeitura.
Como se observa, a situação tem mais opções do que a oposição, o que é natural. Os grupos e partidos situacionistas terão como missão inicial resolver internamente quem será o candidato. Já para a oposição restará um nome que agrega todas as siglas, como PMN, PV, PTB, PSL, PMDB, DEM. Se fizer isso, entrará no jogo para valer; caso contrário e dividida, as chances estarão menores.
Como ainda tem muita água para passar por baixo da ponte, resta esperar que não sejam vendavais ou tempestades.