O ministro do Esporte, Orlando Silva, participa de audiência pública na Comissão Especial da Lei Geral da Copa

Brasília-DF - Deputados da oposição receberam com fortes críticas o ministro do Esporte, Orlando Silva, no início da audiência pública da comissão especial que discute o projeto da Lei Geral da Copa (PL 2330/11, do Executivo).
Os líderes do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e do PSDB, Duarte Nogueira (SP), cobraram o afastamento do ministro do cargo e lembraram que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar as denúncias de irregularidades no ministério. “Um investigado pelo STF não deveria estar sentado nessa cadeira como ministro dos Esportes. Se tivesse respeito ao País, [Orlando Silva] daria direito ao contraditório, como qualquer pessoa com convicção de inocência faria: deixaria o ministério enquanto durasse as investigações e, se nada for comprovado, voltaria”, declarou Nogueira.
Segundo o líder do PSDB, as denúncias permitem identificar um modus operandi das supostas irregularidades: “Você escolhe as empresas que ficarão autorizadas a prestar os serviços dos convênios [no programa Segundo Tempo], o interlocutor do PCdoB [partido do ministro] ou do ministério apresenta o pedido de propina de 10% e, em seguida, o convênio é executado. Quem não cumprir, é considerado irregular no ministério”, acusou.
Já ACM Neto cobrou a acareação do ministro com o policial militar João Dias, que acusa Orlando Silva de participar do esquema. “O Brasil não aceita o ministro tratando da Copa do Mundo; o País quer o ministro anos-luz distante da Copa e das Olimpíadas para não manchar os eventos”, afirmou.

“Tríplice aliança”

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), também quis fazer um pronunciamento antes da participação do ministro, mas o presidente da comissão, deputado Renan Filho (PMDB-AL), impediu a manifestação, alegando que Bueno não poderia falar por não ser o líder do bloco PV-PPS, cargo ocupado pelo deputado Sarney Filho (PV-MA).
Diante do impasse, Bueno saiu da comissão acusando a existência de uma “tríplice aliança da roubalheira internacional”, que seria composta pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelo Ministério do Esporte.(Agência Câmara)