Illya Nathasje

Durante reunião Plenária (extraordinária) do PCdoB do Maranhão realizada na sexta-feira, 22, o governador Flávio Dino teria dito que está se preparando para 2022. E chamou a atenção dos presentes: "Vocês nem notaram, já estou até com cinco quilos a menos". Ou seja, na prática lançou sua pré-candidatura a presidente da República. É um direito! Em seus posicionamentos o  governador adotou a estratégia de sempre se portar como oposição ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Em quaisquer situações, não perde a oportunidade de marcar posição. Apesar de ter sido deputado federal (2006) e ter se destacado como um dos 100 mais influentes do Congresso Nacional  e governador reeleito, Flávio Dino é um desconhecido do eleitorado brasileiro. Dizer que é candidato leva ao delírio seus seguidores e até, alimenta ilusões, afinal, por algum lugar, tem que se começar. 

Por questão de justiça é preciso colocar o pingo no 'i" e dar a César o que é de César. Se considerarmos a árvore genealógica da política maranhense há 20 anos, Flávio Dino não estava pendurado em nenhum galho. Era um juiz federal. Não teve receio porém, depois de deixar a toga e disputar uma campanha para prefeito (2008) da qual saiu derrotado. Se como juiz tinha notoriedade, como candidato ganhou visibilidade, estendeu-a, sendo candidato a governador (2010) ainda que sob o manto de uma nova derrota. De lá para cá, foi só vitórias, no plano pessoal, embora algumas derrotas, à exemplo de Rosângela Curado tenha vindo como penduricalho.

No trato com aliados que se tornam adversários, Flavio Dino vale quanto pesa. Impõe o peso da sua estratégia sem mísera consideração, por mínima que pudesse ser. José Reinaldo Tavares, Valdir Maranhão, Sebastião Madeira e Roberto Rocha que o digam. José Reinaldo sabem todos, então governador, foi o grande artífice que mudou o Maranhão por conta do seu rompimento com o Grupo Sarney. O episódio ficou conhecido por um agradável termo cabeludo que não se pode escrever aqui. A 'Guerra' trouxe viabilidade eleitoral, primeiro a Jackson Lago e posteriormente ao próprio Flavio, que foi eleito - sua primeira vitória eleitoral - deputado federal nesse período. Valdir Maranhão foi o que se viu enquanto esteve à frente da presidência da Câmara. Uns o alcunharam de capacho, outros de servil. Deu no que deu. Madeira é daqui, o episódio todos conhecem e Roberto Rocha, da aliança que resultou na eleição de ambos em 2014, a este resta, o mandato de senador até 2022.

Governo é governo e foi se o tempo que deputados como Antonio Pereira, Rigo Teles, Hélio Soares e outros eram 'sarneyistas' de carteirinha. Pedro Fernandes, Gastão Vieira e Luís Fernando foram outros que souberam encontrar o caminho das pedras. Por faixa etária, a dança das cadeiras, ou melhor, a mudança de nomes trouxe ao Maranhão outro perfil. Tem hoje, tanto na Câmara, quanto no Senado dentre as bancadas, muitos jovens. 

Vitorioso, vez que soube eliminar seus adversários manter os aliados e a esses, acrescentar alguns, é dessa renovação que Flávio Dino marca com tenacidade sua "tentativa" de escalada rumo ao Palácio do Planalto. Enquanto 2022 não chega, 2020 está chegando. Sabedor que precisa manter o que tem: São Luís, Timon, Caxias, Açailândia  e  conquistar o que não tem, Imperatriz, caminha o governador sem descolar o olho de sua própria sucessão. Essa, sim, pode ser classificada como a Grande Batalha. É só uma lembrança, eleito, Roberto Rocha diz dever sua eleição a si próprio. Weverton Rocha, que recebeu como senador mais votos que o próprio governador, se derrotado em sua pretensão de ser candidato a governador, dirá o que? 

Assim, a solução pode ser caseira. Carlos Brandão, governador passa a ser o melhor remédio para o maior mal dos políticos, que é a derrota. Tudo porque já eleito e reeleito vice-governador, só poderá ser candidato a governador uma vez, E se Weverton Rocha for o governador, em caso de derrota como candidato a presidente em 2022, Flávio Dino vai ser candidato a que em 2026?              

- Simples assim!