Illya Nathasje
 
A Globo lançou ontem sua nova novela: O Tempo não para. Estamos lá pelos idos 2004 quando tomamos conhecimento das primeiras divergências que levariam o Maranhão a viver uma intensa guerra, vamos assim dizer, "de puxar os cabelos". Época em que a primeira-dama Alexandra Tavares se desentendeu com a dama-mor, Roseana Sarney. Deu no que deu. Como em política nada é previsível e tudo é possível, o governador José Reinaldo saiu do leito das águas de José Sarney e foi beber em outras fontes. Queria Edson Vidigal, foi em frente com Jackson Lago, eleito em 2008. 
 
No bojo da ruptura, além da derrota imposta, uma eleição renovadora e muitas surpresas. Entre elas, a eleição do ex-juiz federal Flávio Dino, com seus 123.597 (4,29 por cento da totalidade dos votos), um honroso quarto lugar, atrás de Roberto Rocha, Sarney Filho e Carlos Brandão. Não que sua  eleição tenha sido uma surpresa, essa ficou por conta da enxurrada de votos recebida. Carlos Brandão e Flávio Dino, novatos, foram fortemente apoiados pelo Palácio dos Leões.
 
O tempo passou e Dino foi coroado com uma derrota para João Castelo na disputa para a prefeitura de São Luís em 2008 e outra para Roseana Sarney, em 2010 (governo do Estado). Viria a tornar-se o primeiro governador eleito pelo PCdoB com a vitória sobre Edison Lobão Filho (63% dos votos válidos). Pode agora em 2018, além de primeiro e único, ampliar o feito, ser o primeiro governador do PCdoB reeleito.
 
No Maranhão, por conta das fortes raízes de José Sarney, parece, o tempo não para. Não é bem assim. Eleitos para a Câmara Federal em 2002, época que marca o princípio de uma adolescência, tirando João Castelo e Neiva Moreira, in memorian; onde estão Pedro Novais, Clóvis Fecury, Nice Lobão, Paulo Marinho, Antônio Joaquim, Remi Trinta, César Bandeira, Costa Ferreira, Terezinha Fernandes, Luciano Leitoa, Wagner Lago e Ribamar Alves? Perdidos na memória do eleitor, uns perderam seus mandatos, outros saíram de fininho, perdidos em escândalos e alguns, resumiram-se a si mesmos.
 
Na jornada que leva o Maranhão a Brasília, de 2002 a 2018, quando Sarney Filho, Pedro Fernandes (1º suplente), Waldir Maranhão, José Reinaldo, Weverton Rocha e Eliziane Gama, todos parlamentares no exercício do mandato, disputam o Senado, muitos outros ficarão pelo caminho, vez que a porta do Senado é estreita.
 
A propósito, a do Palácio dos Leões de há muito fechou para Roberto Rocha e Sebastião Madeira, e  por último, Waldir Maranhão e José Reinaldo, outrora todos companheiros de Flávio Dino. Quem saiu do caminho, o governador ou seus ex-aliados de primeira hora?
  Até 7 de outubro, dia das eleições.