Bogotá - Um mês depois da morte do presidente Hugo Chávez de câncer, em 5 de março, seu nome é o principal trunfo na campanha eleitoral do candidato da situação e presidente interino Nicolás Maduro. Uma homenagem da Artilharia venezuelana foi oferecida hoje (5) no Museu do Quartel da Montanha, local onde está a sepultura de Chávez, em Caracas e recebeu a visita de centenas de pessoas, incluindo parentes do presidente morto, Maduro e autoridades. Uma missa será celebrada no museu esta noite em Caracas.
Faltando nove dias para as eleições presidenciais, manter Chávez “presente” tem sido a estratégia do governo. Quem visita o quartel, escuta a voz de Hugo Chávez e seus discursos em alto-falantes e várias fotos que contam sua biografia estão no local. Os discursos reproduzidos próximos a sua sepultura relembram sua trajetória e especialmente as palavras sobre o futuro político do país.
Chávez avisou a população, em dezembro do ano passado, que Maduro foi escolhido por ele para sucedê-lo na Presidência, caso algo ruim acontecesse. O clima de luto continua sendo “cultivado” e utilizado para apoiar a candidatura de Maduro. Os meios de comunicação estatais publicaram hoje especiais que recordam a trajetória de Chávez. A campanha eleitoral começou nessa terça (2), com a figura do presidente morto usada na campanha de Maduro.
Em Sabaneta, estado de Barinas e terra natal de Chávez, Maduro mostrou essa estratégia ao dizer que viu o presidente morto em forma de passarinho e que a “visita” trouxe a sensação de que Chávez “estava abençoando o início da batalha” do candidato.
Por outro lado, Henrique Capriles tenta separar a imagem de Chávez da de Maduro, chamando-o de “pálida imitação de Chávez” e rejeita o discurso da campanha governista que trata a Maduro como o “apóstolo” ou “filho” do presidente morto.
A curta campanha eleitoral trabalha o emocional e segue em tom radical entre as partes. Embora as pesquisas divulgadas até agora mostrem vantagem de Maduro sobre Capriles, a oposição acredita que a “vitória” de Maduro pode ser afetada pela abstenção em 14 de abril. A esperança dos opositores é a preocupação do governo. Como o voto não é obrigatório, a situação teme que o eleitorado chavista não tenha a mesma motivação para votar que antes sem a presença carismática de Chávez. (* Com informações da TV Estatal Telesur e da BBC Brasil)
Publicado em Política na Edição Nº 14672
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