Raimundo Primeiro
Faleceu, às 22h40 dessa quinta-feira (2), na UTI do Hospital da Unimed, em Imperatriz, o jornalista, pesquisador e escritor Adalberto Franklin Pereira de Castro, 54 anos, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. Ele havia sofrido pneumonia. Diabético, no ano passado, também passou por uma cirurgia cardíaca em São Luís, capital maranhense.
Desde o início da noite do dia 9 de fevereiro, quando participava de reunião semanal da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), realizada às quintas-feiras, o jornalista Adalberto Franklin, após sentir-se mal e ser socorrido às pressas, estava internado na UTI do Hospital Unimed, localizado em frente à Praça da Meteorologia, setor Beira-Rio, em Imperatriz.
Durante alguns dias, o jornalista e pesquisador esteve em coma induzido recebendo medicação, tendo seu estado de saúde sendo acompanhado de perto por familiares, principalmente os filhos.
De acordo com as informações levantadas por O PROGRESSO, nos últimos dias, Adalberto vinha melhorando gradativamente, aumentando as expectativas de que ele vencesse a “batalha”, em breve recebesse alta médica e continuaria o tratamento em casa.
Apesar de não ser natural de Imperatriz, Adalberto Franklin, principal pesquisador da história do município, havia nascido em Uruçuí (Piauí), no dia 28 de abril de 1962. Na cidade, residia há 45 anos. Era filho de Martinho Castro e Iracema e tinha treze irmãos, um empresário, Gilberto Castro; outro vereador, José de Arimatheia Pereira de Castro, conhecido por Ditola (PEN), vereador exercendo o primeiro mandato, iniciado em 1º de janeiro, na Câmara Municipal de Imperatriz.
Apesar de ter lutado, Adalberto Franklin faleceu próximo de completar 55 anos, ou seja, daqui a 57 dias. “Além de um jornalista competente, um historiador extraordinário”, assim avalia o trabalho do intelectual o empresário Francisco da Silva Almeida, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Imperatriz.
A convite do diretor superintendente, ex-promotor de Justiça Sergio Nahuz Godinho, o jornalista Adalberto Franklin exerceu o cargo de editor-chefe de O PROGRESSO, implementando mudanças, principalmente tecnológicas, ou seja, buscou fazer com que o primeiro jornal diário das regiões Centro-Oeste e Sul maranhenses, acompanhasse as transformações que vinham acontecendo nos principais centros de desenvolvimento do País. Trouxe as colunas dos principais articulistas, além de inovar a diagramação.
Após deixar O PROGRESSO, Adalberto Franklin retomou suas pesquisas e começou a consolidar um antigo projeto – a montagem da primeira editora genuinamente imperatrizense. Aos poucos, foi sendo o responsável pela publicação de livros de autores locais e regionais, na condição de editor. Não demorou, a Ética Editora saiu do papel e transformou-se numa grande realidade, sendo referência e servindo de case de sucesso, despertando a atenção de empreendedores e escritores de outras regiões.
Sob a coordenação de Adalberto Franklin, a Ética Editora conseguiu editar mais de mil livros. É o também jornalista e escritor Edmilson Sanches quem ressalta que ele destaca-se como o mais competente e consistente pesquisador da história de Imperatriz e regional, “para a qual dedicava grande parte de seu tempo, talento, esforço, saúde e outros recursos”. Adalberto escreveu e publicou livros sobre História, Economia, Religião e Metodologia.
Na política
Com forte atuação política, Adalberto Franklin integrou as fileiras do Partido dos Trabalhadores, do qual foi presidente do Diretório em Imperatriz. Na gestão do prefeito Jomar Fernandes (PT), foi secretário do Desenvolvimento Econômico e Gestão Pública. Também exerceu a função de presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI). Em Açailândia, a 72 quilômetros, foi secretário de Comunicação Social da Prefeitura Municipal, durante a gestão Ildemar Gonçalves dos Santos (PSDB).
Na Igreja Católica, em nível de diocese local, Adalberto Franklin atuou desde jovem. Nos últimos anos, fazia parte do Movimento de Cursilhos.
Assim que os familiares informaram sobre o falecimento de Adalberto Franklin, notas e comentários surgiram, imediatamente, na Internet, por meio das redes sociais, fazendo com que Imperatriz e região tomassem, desta forma, conhecimento da morte do pesquisador que deixou muita coisa em fase de conclusão, sobretudo pesquisas relacionadas à cidade e municípios próximos.
“Escritores não morrem. Suas palavras são eternas, Adalberto Franklin sei que você ainda tinha muitos planos, muitos planos, muitos livros para publicar, mas chegou a hora. Sei que você não lerá mais isso, mas quero registrar publicamente: muito obrigado! Pessoas como você deveriam ficar mais tempo na terra. Mas como dizia Renato Russo... ‘os bons morrem jovem’. Você será lembrado por mim como ‘aquele cara que não podia ter ido embora tão cedo”.
(Diego Maciel, consultor empresarial)
“Jamais esquecerei de você, querido amigo Adalberto Franklin. Do seu carinho e respeito que tinha por mim e por todos. Você se tornou eterno por meio de suas obras. Descanse em paz, amigo, e que Deus o recebe em Sua Glória. Hoje (quinta-feira), por volta das 18h, na ASCOM da UFMA, ainda comentei: não soube mais notícias do meu amigo Adalberto. Deve estar bem melhor em nome de Jesus. Força, amiga Mariana Castro e a todos de sua família! Meus sinceros sentimentos por tão grande perda na vida de vocês e para todos nós. Imperatriz está de luto por você, amigo”.
(Margaret Valente, TV Mirante Imperatriz)
“A matéria fenece, os feitos ficam... Os bons não morrem jamais. Meus pêsames e solidariedade a toda família Castro”.
(Elson Araújo, jornalista)
“Consternada com a morte do historiador e jornalista Adalberto Franklin. Sempre estava por aqui, comentando minhas postagens. O admirava pela sua intelectualidade. Meus mais sinceros pesar à família, sobretudo, sua filha, que foi minha colega de faculdade, Mariana Castro”.
(Angra Nascimento, jornalista, Imirante)
“Morre o jornalista e historiador Adalberto Franklin. Nosso profundo pesar aos familiares”.
(Gil Carvalho, jornalista)
“ADALBERTO FRANKLIN se despede de nós, da sua família, dos seus amigos, dos seus confrades e confreiras, da sociedade Imperatrizense, maranhense, brasileira, da presença física, para se eternizar na memória de todos, pelo que foi, pelo que fez e pelo que nos deixou do legado e da grandeza da sua obra. Perde-se um pedaço do cérebro dotado da vocação privilegiada e incansável de historiar o seu tempo e gerar reflexões com memórias e registros do passado, através da pesquisa e da releitura dos acontecimentos. Vida vivida para dar vida à arte, da literatura, da cultura, da história, com uma contribuição imensa para a consciência política e social, especialmente da nossa cidade, a quem dedicou toda a sua vida. Adalberto Franklin deixa um espaço, um vácuo enorme e de muito difícil ocupação, na produção literária, na crítica política, social, cultural e como referência de um pensamento em sintonia com as preocupações do nosso tempo, mas se eterniza, por tudo isso e pela sua luta, em trincheiras do pacifismo, do diálogo e da exploração da capacidade dos indivíduos na incessante busca por melhor justiça social e diminuição das diferenças entre os povos”.
(José Ribeiro de Oliveira, escritor, membro da AIL)
“Lamentável a perda para nossa cidade, um cidadão exemplar, jornalista, escritor, honorável membro da Academia Imperatrizense de Letras. Parte da nossa história desaparece, com a morte do amigo e historiador”.
(João Maurício Martins, desportista)
“Estou tentando encontrar palavras adequadas, mas não as encontro. Então, simplifico: faleceu o meu confrade Adalberto Franklin. O sentimento é de imensa tristeza. Historiador, escritor, editor, jornalista e membro da Academia Imperatrizense de Letras. Adalberto imortalizou-se através de sua grande e importante obra, deixando aos seus contemporâneos e posteres, um legado marcante, sobretudo em se tratando da cultura literária. Homem de boa reputação e digno do nosso aplauso. Que Deus o receba em sua santa glória”.
(Raimundo Trajano Neto, poeta, membro da AIL)
“Sem dúvida, Adalberto Franklin deixa uma grande lacuna, um vazio. A cidade e a região estão de luto. Minhas condolências aos familiares e amigos. Sentiremos saudades de suas ações e de seus escritos”.
(Atenágoras Reis Batista, empresário)
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