Brasília-DF - Morreu ontem (7) o ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, pai do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Ex-vereador, ex-senador, ex-prefeito e ex-deputado federal, Ronaldo Cunha Lima lutava contra um câncer no pulmão desde o ano passado. A morte foi confirmada por Cássio Cunha Lima pelo Twitter. “Os poetas não morrem! O poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou”, postou o senador.
Desde a última quinta-feira (5), Ronaldo Cunha Lima estava em coma induzido e morreu ontem pela manhã, aos 76 anos, na casa da família, em João Pessoa. O corpo do político foi velado no Palácio da Redenção durante todo o dia e à noite seguiu para Campina Grande, onde será também velado no Parque do Povo. O enterro está marcado para hoje, às 11h, no Cemitério Monte Santo.
O governo da Paraíba divulgou nota de pesar assinada pelo governador Ricardo Coutinho. “O governo da Paraíba lamenta o falecimento do ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado estadual, ex-senador, ex-governador e ex-deputado federal Ronaldo Cunha Lima. De formação humanista e inspiração lírica, o escritor e acadêmico, profundo conhecedor e seguidor de Augusto dos Anjos, usaria a advocacia e a política para o pragmatismo da vida, mas repousaria na poesia sua certeza de posteridade. Já era eterno antes de agora”, diz trecho da nota.
Ronaldo Cunha Lima nasceu na cidade de Guarabira, em 18 de março de 1936. Jovem mudou-se com a família para Campina Grande. Ronaldo formou-se em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas desde cedo a vocação para a política passou a marcar sua trajetória. Fez parte do Centro Estudantil Campinense, um verdadeiro celeiro de líderes políticos da região, chegando a ser vice-presidente da entidade.
No dia 5 de dezembro de 1993, quando era governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima atingiu o ex-governador Tarcísio Buriti com dois tiros na boca, em um restaurante de João Pessoa. Burity, seu adversário político, havia feito duras críticas ao então superintendente da Sudene Cássio Cunha Lima, em um programa de TV local.
Após o ocorrido, a Assembleia Legislativa da Paraíba rejeitou o pedido de licença, formulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), para processar e julgar o governador, conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público no STJ. Burity ficou em estado grave, mas sobreviveu até 2003, quando morreu por falência múltipla dos órgãos.
Ronaldo Cunha Lima nunca chegou a ser punido pelo crime. Em 2007, já deputado federal, quando o processo seria remetido ao Supremo Tribunal Federal, renunciou ao cargo parlamentar, perdendo o direito ao foro privilegiado, e o caso voltou para a primeira instância da Justiça paraibana, e não foi julgado até hoje. (Agência Brasil)