O Plenário da Câmara aprovou, por 280 votos a 102 e 4 abstenções, o requerimento do DEM de convocação do ministro da Educação, Cid Gomes, para esclarecer declarações que deu em visita à Universidade Federal do Pará, na última sexta-feira (27), sobre a Câmara dos Deputados. A convocação obriga a presença do ministro, sob pena de crime de responsabilidade.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, o ministro afirmou que, para pelo menos 300 deputados, "quanto pior [estiver o governo], melhor". "Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais, aprovarem as emendas impositivas (...)", disse Gomes, ressaltando que emitia opiniões pessoais e que não falava como ministro.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os "achacadores" a que se referiu. Caso contrário, ofende todos os parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", disse.
Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid Gomes. Segundo ele, o ministro não se referiu a corrupção. "Se alguém abrir o dicionário, vai ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar", disse. (Agência Câmara)