Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que é general do Exército, disse nesta segunda-feira (4) que não foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando do Exército Brasileiro. A força é atualmente comandada pelo general Edson Leal Pujol. A notícia de um possível deslocamento do ministro, que é auxiliar de confiança de Bolsonaro, para o comando do Exército, foi veiculada no fim de semana pelo jornal Folha de São Paulo. A informação acabou ganhando uma grande repercussão na imprensa.
"Nós militares cultuamos valores muito sagrados para nós, que são a antiguidade, o merecimento, a maneira correta. (...) Existem critérios que são honrados por todos nós, de antiguidade. Eu sou o sexto oficial general do Exército na ativa, apesar de estar ministro, então não teria como [eu ser designado]", afirmou Ramos em coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto.
"O presidente Bolsonaro nem em pensamento tratou isso comigo, tampouco o ministro da Defesa. Me causou uma surpresa desagradável", acrescentou Ramos. Ele disse ter ligado para o general Pujol e fez circular uma mensagem, no alto comando do Exército, para desmentir a informação.
Cobertura da pandemia
Durante a coletiva, Ramos criticou a cobertura de parte da imprensa em relação à pandemia do novo coronavírus por destacar o número de óbitos em detrimento dos dados sobre pessoas recuperadas da doença.
"Com esse número de salvos e recuperados, nos temos que dar um pouco de esperança para a população. (...) As pessoas estão deixando de fazer quimioterapia por causa do clima de terror que foi instalado", disse.
Também presidente à coletiva, o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, fez coro às críticas de Ramos. Para ele, a imprensa deve divulgar de forma ampla todos os dados. Ele também apontou como problema o fato de muitas pessoas estarem deixando de prosseguir com outros tratamentos de saúde por causa do medo de sair de casa.
"Nós não queremos que se omita nada. Nós temos que divulgar os número de mortos, as pessoas têm que tomar os cuidados conforme estipulado pelos protocolo do Ministério da Saúde. Agora, o que não se pode ter é só mostrar um lado. (...) Nós estamos tendo problemas na saúde exatamente pelo pavor que foi implantado, de pessoas que precisam de tratamento, e estão evitando sair porque estão com medo de procurar socorro. Existe um placar da vida também", afirmou.
Na última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil registrava mais de 105 mil pessoas infectadas pela covid-19. Desse total, cerca de 45,8 mil já foram recuperadas e outras 52,1 mil ainda estão em tratamento. O número total de mortos é 7.288. (Pedro Rafael Vilela/Agência Brasil)
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