O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou, no fim da tarde dessa sexta-feira (26), que o ministro Antônio Andrade cumpre, a partir do próximo dia 19, uma intensa agenda percorrendo os estados do Maranhão, Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Paraíba para assinar as portarias ministeriais de reconhecimento nacional da região como zona livre de febre aftosa com vacinação. O Maranhão será o primeiro estado a receber o ministro, confirmando a posição de destaque durante todo o processo do Programa de Ampliação da Zona Livre de Febre Aftosa, executado pelo Ministério da Agricultura desde 2011.
“É uma vitória não só da pecuária, mas de todo o setor produtivo maranhense. Essa conquista é o resultado de uma bem sucedida parceria entre o Governo do Estado e os criadores, que se empenharam em cumprir os calendários de vacinação contra a febre aftosa e cuidaram da saúde de seus animais para que, agora, possamos comemorar esse grande avanço do agronegócio maranhense. A pecuária do Maranhão, que já ocupa lugar de destaque, tanto na Região Nordeste como no cenário nacional, tem, agora, uma real potencialidade de crescimento”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Azevedo.
A elevação da classificação sanitária do estado era uma antiga reivindicação dos criadores. Desde 2001, o estado não registra um caso da doença e apenas em 2004 conseguiu sair de risco desconhecido para médio risco de febre aftosa, conquista registrada quando o atual secretário Cláudio Azevedo presidia a Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (ASCEM) e o atual diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão, Fernando Lima, ocupava o cargo de superintendente federal de agricultura no estado.
“Houve um empenho muito grande por parte do Governo do Estado para que o estado finalmente avançasse na classificação sanitária. O reconhecimento nacional é o primeiro passo para o incremento da nossa pecuária, que já tem uma grande vocação para o corte. A partir do próximo ano, com a provável concretização do reconhecimento internacional da zona livre pela OIE [Organização Mundial de Saúde Animal], o estado vai poder atender plenamente à grande demanda reprimida do setor e atrair grandes empreendimentos frigoríficos, além de intensificar a exportação de carne pelo Porto do Itaqui. Isso se refletirá, com certeza, em grandes ganhos sociais e econômicos”, afirmou o diretor da AGED, Fernando Lima.
Essa também é a expectativa do presidente da Associação dos Criadores do Maranhão, José Assub Neto. “Essa conquista vai beneficiar diretamente a pecuária maranhense já que possibilitará a comercialização nacional e internacional da nossa carne bovina. Essa decisão foi muito justa já que o criador maranhense prima pela genética e pela qualidade de seu rebanho”, declarou.
Potencial - Dono do 2º maior rebanho bovino da Região Nordeste e 3º maior rebanho bubalino do Brasil, com cerca de 7,5 milhões de cabeças, o Maranhão tem sua pecuária com vocação eminentemente de corte, mas também se destaca na produção leiteira.
Segundo dados do último balanço da 1ª etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, realizada em maio deste ano e que registrou uma cobertura vacinal de 96,06% do rebanho, cerca de 1.200 propriedades rurais exploram a pecuária no Maranhão. O setor do agronegócio responde por cerca de 17% do PIB e estima-se que somente a pecuária gere aproximadamente 92,5 mil empregos diretos e indiretos.
Dentro do contexto dos estados que recebem a nova classificação sanitária destacam-se o Maranhão e o Pará como detentores dos maiores rebanhos, e por terem uma vocação para pecuária de corte.
A região detém 18% do território nacional e um rebanho de mais de 24 milhões de bovídeos, o que corresponde a 10% do rebanho nacional.
Os demais estados que já receberam reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa respondem por 59% do território nacional e concentram 89% do rebanho de bovinos e bubalinos - 188 milhões de cabeças.
AGENDA DO MINISTRO
Data Estado
19.08 Maranhão
20.08 Pará
21.08 Piauí e Ceará
22.08 Rio Grande do Norte e Paraíba
23.08 Pernambuco e Alagoas
Vocações dos rebanhos dos estados que receberão a nova classificação sanitária como zonas livres de febre aftosa com vacinação:
Estado Rebanho bovídeo* Vocação
Alagoas 1.297.449 Leite
Ceará 2.696.538 Mista, com tendência para leite.
Maranhão 7.508.400** Corte
Pará (área não livre) 4.624.764 Corte
Paraíba 1.196.034 Corte
Pernambuco 2.014.789 Leite
Piauí 1.778.894 Corte
Rio Grande do Norte 1.093.074 Corte
* Dados referentes ao levantamento feito pelo MAPA em 2012, considerando rebanhos de bovinos e bubalinos.
** Dados do último levantamento realizado pela AGED, durante o balanço da 1ª etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa.
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